sexta-feira, outubro 02, 2009

Cocoon-bound



Um dia as ásperas e coreáceas paredes deste casulo começarão a perder o seu vigor. Lentamente irão ganhar a tendência para ceder, até que chegará o momento em que a luz começará a entrar através do leve, frágil tecido - antigamente sólida parede que impedia o exterior de entrar…
As chuvas chegarão, tornarão essa parede ainda mais frágil ao ponto de parecer uma folha de papel vegetal…
Facilmente irei desfazer essa parede, abrirei um buraco na prisão que tanto tempo me manteve afastado de algo que se possa chamar de “vida” e pela qual atravessarei com uma exultação e um sentimento de antecipação, de quem espera aprender tudo como se uma criança fosse.
Lá fora, no exterior, alguns raios de sol se esquivarão às nuvens para me dar as boas vindas. A inicio estranharei a luz, ferir-me-ão os olhos, mas depressa se habituarão a esses golpes de claridade e clarividência.

Olharei em meu redor, esboçarei um ligeiro sorriso pleno de gratidão, alegria e um sentido de missão por cumprir.

E, nesse instante, abrirei os braços em redenção… para reparar que as asas não chegaram a nascer...






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