Naufrágios
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São garrafas a flutuar
E lentamente eu morro...
são garrafas a flutuar,
são pedidos de socorro
que se afogam no mar
com uma lentidão sobranceira
de quem já nada espera,
como se a dor fosse a primeira,
como se a dor fosse sincera.
E vou-me atolando aos poucos
nas ondas de escarnio e mal-dizer,
e entre alguns gritos loucos
vou lutando por me entender.
Diria que são apenas folhas
que se atiram sem dó, ao chão,
e que traçam as minhas escolhas
das quais me esquivo em vão.
E desenho mapas do conhecimento
para todos os dias de alegria
onde juntamente com sofrimento
misturava rancor com euforia.
E era nessa altura que eu sabia
que no fim tudo ía acabar bem,
porque o destino que me cabía
era esse mesmo...acabar sem ninguem.
Era como se todo o tempo soubera
que esta vez sería a derradeira
...como se a dor fosse sincera,
como se a dor fosse a primeira.
....................Nelson Gonçalves
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