Vou-me embora... (ou não)
Adeus, vou-me embora
Adeus...
Vou deixar este lugar disforme,
deixar para trás esta forma errante
de me deixar levar ao ritmo
titubeante de actos tumultuosos,
este caminhar dilacerado
por navalhas embriagadas de luz e frio,
na ausência de cor, sabor ou sentido...
Vou desfazer-me do rótulo que embeleza
o invólucro da matéria que nos transporta,
e nos transborda das margens do real
e torna tudo um pouco mais aceitável.
Adeus...
Assim me despeço…
Porque as palavras deixaram de fazer sentido,
deixaram de ter significado ou poder
e tornaram-se cúmplices num arrastar
de situações intoleráveis,
qual malmequer que serve de ornamento
ao meu túmulo,
exclamando por cima de mim
"Aí sim, aí é o teu lugar!"
Adeus...
Fui embora e não volto mais aqui.
Nem eu te volto a falar,
nem tu me voltas a ver...
Só voltei atrás
para que me visses a dizer:
"Adeus, vou-me embora"...
Mas não digo,
porque arrependi-me agora.
……........…….Nelson Gonçalves
Adeus...
Vou deixar este lugar disforme,
deixar para trás esta forma errante
de me deixar levar ao ritmo
titubeante de actos tumultuosos,
este caminhar dilacerado
por navalhas embriagadas de luz e frio,
na ausência de cor, sabor ou sentido...
Vou desfazer-me do rótulo que embeleza
o invólucro da matéria que nos transporta,
e nos transborda das margens do real
e torna tudo um pouco mais aceitável.
Adeus...
Assim me despeço…
Porque as palavras deixaram de fazer sentido,
deixaram de ter significado ou poder
e tornaram-se cúmplices num arrastar
de situações intoleráveis,
qual malmequer que serve de ornamento
ao meu túmulo,
exclamando por cima de mim
"Aí sim, aí é o teu lugar!"
Adeus...
Fui embora e não volto mais aqui.
Nem eu te volto a falar,
nem tu me voltas a ver...
Só voltei atrás
para que me visses a dizer:
"Adeus, vou-me embora"...
Mas não digo,
porque arrependi-me agora.
……........…….Nelson Gonçalves
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