terça-feira, agosto 01, 2006

Pelos céus, se perdendo


O medo de andar de avião.
Há pessoas que ficam autenticamente aterrorizadas, cada vez que têm de andar de avião. Agarram-se aos braços do banco em que vão sentadas e, não fossem eles - os bancos - feitos de materia bem resistente, certamente acabariam a viagem soltos do resto do banco. Outras passam a viagem em rezas e agoiros que só fazem aumentar a tensão a outros passageiros que ainda se vão esforçando por disfarçar os seus receios. Há ainda os que ficam completamente petrificados, sem pestanejar, quase que entram em hibernação de olhos bem abertos e respiração meio contida, e só "voltam à vida" quando lhes avisam que a viagem chegou ao fim.

Nunca tive esses receios, em todas (as poucas) viagens de avião que fiz. De que me serve estar a preocupar-me antecipadamente que alguma coisa pode vir a acontecer ao avião? É quase como não sair de casa com medo de que caia em cima da cabeça um piano, apesar de se viver numa cidade onde só há casas com rés-de-chão. Ou não atravessar a estrada com medo de se ser atropelado, quando afinal toda a gente anda a pé.
Talvez uma das grandes razões para não ter esse medo de voar seja o facto de nunca ter passado por nenhum poço de ar demasiado grande, nem nunca ter feito uma viagem de avião que fosse muito turbulenta.
Recuso-me entrar num avião com medo antecipado, porque não me serve de nada. Se houver algum problema com o avião, de certeza que não será o facto de estar antecipadamente preocupado ou com medo que fará com que o problema se resolva. Nada como disfrutar ao máximo da viagem, sem pensar em eventuais desgraças que podem muito bem nunca chegar a acontecer.
Se conseguisse transportar isto para as outras coisas da vida...

Corta essas amarras com que te prendes ao chão... tu, que podes voar para tão longe e tão alto...
Levas-me a voar contigo...?
Até onde me quiseres levar...






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