quarta-feira, janeiro 31, 2007

Surrealismo? Humanismo?
Outro "-ismo" qualquer?


Derrotado, mais uma vez e finalmente.
Uma das principais dificuldades que noto no ser humano é o facto de não se contentar com a sua natureza, ou melhor, com o que a sua natureza lhe reserva, desde que nasce. O ser humano simplesmente acha-se nascido para ser feliz em vez de nascer com a ideia de que se deve contentar. Ser contente deveria ser suficiente para o ser humano se sentir concretizado.
O ser humano nasce perdedor, e devia nascer preparado para perder, porque é isso que acontece durante uma grande maioria da sua exitência: perde. Arrisco-me a dizer que está destinado a perder à volta de 99% do seu tempo de vida, uns mais outros menos.

Assim, quando (eventualmente) aparece uma vitória, esse momento será glorificado ao ponto de ficar lembrado para o resto da vida, como um marco da passagem dessa pessoa pela Terra.
Por isso gosto dos jogos de sorte... ou de azar, se assim lhes quiserem chamar. Há sempre aquela desculpa do “Ah, foi azar...”. No entanto não é de azar que se trata, estava já destinado a ser assim, a ser mais uma derrota. Mas é sempre bom ter uma desculpa onde o ser humano se possa refugiar.
Surreal...

Derrotas morais... nada como derrotas morais. A maior parte das vezes derrotamo-nos a nós próprios, sem sequer darmos hipóteses de ser derrotados pela inevitabilidade da nossa natureza. Quase sempre conduzidos a esse desfecho pela nossa própria imaginação. Outras vezes somos conduzidos pela nossa mente a pensar que vamos finalmente triunfar, e aí... aí a queda é muito grande, tão grande que parece não ter fim.
Humano...

Farto de derrotas, numa altura derrotista como esta...
Para quando uma vitória? Será que falta muito tempo? Já passou muito tempo desde a última pequena vitória, que já nem lhe sinto o sabor, já nem me lembro...
A própria luta pela vida está condenada à derrota, desde o ponto de partida.






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