segunda-feira, março 17, 2008

E eu, que não gosto de vinho tinto


Era uma noite quente de Verão, há quase cinco anos atrás.
Combinei uma saída com uma rapariga, sem sequer termos definido um destino ou o que quer que fosse. Apenas que a iria buscar a certas horas da noite, ao sitio onde ela estava hospedada.
Para surpresa minha, ao chegar lá ela apresentava-se com um chapéu de sol sobre o ombro direito e uma mochila às costas. Sem me dar tempo de questionar o que se passava, disse-me “Olha, vamos para a praia”. Nem discuti – nem quis.
Chegados ao destino, assim que estacionei o carro ela pôs-se logo a caminho do areal e a mim não me restou grande alternativa que não fosse ir atrás dela.
Escolhido o local – a pouco mais de cinco ou seis metros da rebentação da maré cheia - coloquei o chapéu de sol enquanto que ela tirava da mochila duas toalhas de praia que prontamente estendeu debaixo do dito chapéu de sol.
Ao sentarmo-nos nas toalhas de praia, ela chega novamente à mochila e para meu espanto tira 2 copos e uma garrafa de vinho tinto, escolhido a dedo para mim que não percebo grande coisa da matéria. E ali ficámos, a conversar enquanto bebíamos o vinho e as ondas passavam por perto ao compasso da maré que ia vazando.
Quando demos por nós, a meio da conversa, já a luz do dia se preparava para nos apresentar um novo e diferente amanhecer.
Nunca o vinho tinto me tinha sabido tão bem… nem voltou a saber.

Porque é que tem de ser sempre o homem a tentar surpreender a mulher (ou uma mulher)? Ainda por cima, tendo em linha de conta que as mulheres são bem mais difíceis de contentar.
Se gostam tanto de serem surpreendidas, será caso que não vos passa pela cabeça que a nós, homens, também sabe bem ser surpreendido de vez em quando?

PS - apenas um pequeno detalhe nesta história não é verídica, e aviso já que quem disser "a história toda" não acerta




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