segunda-feira, março 21, 2011

À sorte de quem sorte não quer ter




A Lua, em tempos minha e de mais ninguém, abandonou-me.
Emalou as estrelas, levou a noite consigo
e deixou-me entregue a um eterno abrasador Sol
Que me queima a vida aos poucos, em chamas constantes.
Mas de pouco importa, se a nada mais pretendo almejar
Porque és momentânea alucinação
Que me habita o desespero do deserto:
És singelo cubo de gelo que por dois segundos se derrete
Nos meus lábios gretados, secos e sedentos de compaixão.
E pouco me importa se a lua me abandonou a um Sol implacável
Esses dois segundos que os teus lábios derreteram nos meus
Valeram por toda uma eternidade de esperas que,
Agora, num último suspiro em que me derreto por ti,
digo a mim mesmo que valeram a pena.


Um ultimo suspiro, desde que a lua me abandonou
À sorte de quem sorte não quer ter.


Nelson Gonçalves.....................(21/3/2011)






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