Um olhar sobre algum eu...
Cada dia que passa sinto-me mais gasto, mais fraco, mais obsoleto… mais ultrapassado. E não tenho o antídoto para resolver esta situação, a solução para dar a volta por cima, porque nunca depende só de mim.
Queria ter a mesma eloquência nas palavras que outros têm. E a ausência da faculdade de prender a atenção e admiração de alguém é a mais incontornável força que me empurra constantemente em direcção ao abismo. Bem depressa se fartam, por ser apenas "mais do mesmo", a mesma lenga-lenga de sempre, uma coisa que não evolui.
Se sou vitima de alguma coisa, sou de mim mesmo, de ter esta percepção das minhas falhas, com as quais não quero viver, mas das quais também não me consigo livrar. E de não conseguir fugir a esta auto-proclamada rotina egocêntrica que me veste, tantas vezes, apenas por falta de alguém a quem entregar a minha atenção – porque simplesmente não a quer ou recusa-se a receber.
Posso passar momentos sem pensar nisso ou sem lhe dar a importância que realmente tem, mas o certo é que mais tarde ou mais cedo evidencia-se. É como o azeite na água, que sempre vem ao de cima. Está lá e tem solução, mas precisa de alguém para o solucionar.
Sinto-me traído e ultrapassado pelas palavras.
As mesmas que em tempos me deram alegrias extemporâneas.
As mesmas que agora me deixam preso e me falham.
As mesmas que agora trazem "glória" a outros…
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