sexta-feira, outubro 06, 2006

C.R.A.S.H.


Só esta noite me dei conta que faço parte de um grupo, e nunca me tinha apercebido. Um grupo bem maior do que alguma vez tinha imaginado. Acaba por ser curioso reparar como afinal há tanta gente no mundo que se sente como eu. Eu, que tantas vezes me senti unico e isolado no mundo. Pelo menos em relação a isto posso dizer que há muita gente como eu... sempre me faz sentir mais humano, saber que há mais gente que se sente assim.

Por vezes gosto de me fazer de estupido e imaginar que a vida pode ser mais que isto. Depois, invariavelmente, acabo por admitir que é mesmo assim, que por mais que tente, não consigo mudar o que foi escrito para mim, e tenho de me resignar à minha insignificancia de um ser que tem tantas lacunas e tantas falhas que não deve sonhar muito, para não se deixar consumir no desgosto das evidencias reais.

Dizia eu que o grupo ao qual pertenço é bem vasto, bem mais povoado do que alguma vez pensei. A grande maioria desiste e acaba por se deixar entregar a algo que em tempos achou que nunca seria o seu destino. A felicidade acaba por ser posta de parte em prol de algo que se assemelha muito pouco com o que se desejou, apenas o suficiente para se conseguir seguir em frente dia após dia.
Outros, poucos, ficam agarrados às suas crenças de que merecem ser plenamente felizes, no máximo daquilo que é humanamente possivel, e passam o resto da vida a saborear o amargo travo da solidão existencial, só porque acreditam que a felicidade total e constante é algo pelo qual o ser humano deve lutar... luta inglória esta a que travo, atrevo-me a dizer.
Lutar por amor é como tentar abrir um cofre com uma palhinha. Não se pode ganhar...
Faço parte de um grupo que nunca tinha imaginado que fosse tão numeroso.
Faço parte do C.R.A.S.H.
Faço parte do Clube de Revoltados Apaixonados Sem Hipótese.






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