Procura-me, uma noite destas, ali em cima
Tenho monstros a viverem dentro de mim.
Sou um covíl de demónios à espera do dia do meu juízo final. Soltam pela boca o fogo que me queima por dentro. Com suas garras rasgam-me as entranhas, alimentam-se da minha carne, bebem do sangue que me corre pelas veias e consomem o oxigénio antes que que eu o saboreie nos meus pulmões.
Tenho demónios a viverem em mim.
E na minha mente congeminam planos diabólicos de dor, torturas e tormentos que põem em pratica comigo, como se eu fosse sua cobaia. Vivem das minhas fantasias para dar azo à insanidade, socorrem-se dos meus choros para soltarem odiosas gargalhadas e usam-se do meu desespero para fazerem um banquete de feridas abertas em carne viva.
Tenho demónios a crescerem em mim.
E quando esses demónios se fartarem das limitadas fronteiras do meu corpo... meus amigos... soltar-se-á um inferno de tamanhas proporções jamais vistas pela humanidade que não me restará mais nada a não ser resignar-me a deixar de existir. Implodirei em chamas e no céu desenharei um enorme traço brilhante e incandescente que será visível nos dois hemisférios ao mesmo tempo.
Por enquanto não passo de uma simples pedra a divagar sem rumo pelo escuro do espaço sideral. Sou um meteorito a consumir-me por dentro...
...mas, uma noite, estrela cadente serei.
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