Finais felizes...
...quem não quer?
(o final que ninguem tinha visto ainda)
Pois bem.
Acharam que o final que a história era triste. Por alguma razão eu tinha colocado a ultima nota, no post. O mundo não é cor-de-rosa, nem jardins floridos. A vida é feita de tons cinzas, com muito preto-e-branco à mistura.
O resto do texto, que na altura deixei guardado para mim, fica agora aqui para que possam ler (se quiserem, evidentemente) e insultarem-me à vontade, no fim (é para isso que a caixa de comentários existe).
(...continuação)
Ali ficou até anoitecer.
Ela nunca apareceu...
Quando se separaram na noite anterior, ela sentia-se mais leve que uma pena, sentia-se capaz de caminhar sobre a água, se tal fosse preciso. Sentia uma leveza que parecia que cada passo que dava a levava vários andares acima do nivel do chão. Olhava para o céu como se este estivesse ali, ao alcance de um esticar do braço.
Sem dar por nada viu-se a atravessar uma estrada a caminho de casa e, de repente, sem se saber de onde, a luz de dois farois a virem ao seu encontro a uma velocidade alucinante.
Ali deitada e imovel, no frio alcatrão encharcado da chuva da tarde, num ultimo fôlego ainda suspirou: “...como...te...chamas....?”
Ele, no mais profundo desconhecimento do que tinha sucedido, no dia seguinte esperou até desesperar. Cansou-se de esperar que o sonho impossivel se tornasse realidade e deixou-se vencer pela raiva de se achar de novo enganado.
A flor que tinha, deixou-a morrer nas suas mãos, antes que caisse indefesa até ao chão. Quando, à beira mar e a meio dessa noite, contou as ondas do mar como se fossem todas a vezes que se havia sentido enganado por amor, soltou um estridente e enlouquecido grito por onde fugiram todos os beijos que tinha guardados para ela.
E partiu, sem tomar o rumo de casa. Sem se importar se ía para Este, Oeste, Norte ou Sul. Caminhou apenas na direcção que lhe levava o velho caminho de ferro, sem saber nem onde nem quando parar.
E quando no horizonte começou a clarear uma forte luz de forma avassaladora, abriu os braços, olhou as estrelas onde viu a face dela por uma ultima vez, e deixou-se entregar de peito aberto ao destino daquele comboio, sem o mais pequeno dos remorsos, sem a minima piedade.
Há quem diga que ficaram juntos, para sempre...
Há tambem quem diga que a locomotiva carrega o seu coração para onde quer que vá, e quando o comboio passa por aquele sitio, apita como se fosse um coração a gritar por redenção...
Agora pode-se escrever "The End".
Era isto. Não digam que não foram avisados.
Acharam que o final que a história era triste. Por alguma razão eu tinha colocado a ultima nota, no post. O mundo não é cor-de-rosa, nem jardins floridos. A vida é feita de tons cinzas, com muito preto-e-branco à mistura.
O resto do texto, que na altura deixei guardado para mim, fica agora aqui para que possam ler (se quiserem, evidentemente) e insultarem-me à vontade, no fim (é para isso que a caixa de comentários existe).
(...continuação)
Ali ficou até anoitecer.
Ela nunca apareceu...
Quando se separaram na noite anterior, ela sentia-se mais leve que uma pena, sentia-se capaz de caminhar sobre a água, se tal fosse preciso. Sentia uma leveza que parecia que cada passo que dava a levava vários andares acima do nivel do chão. Olhava para o céu como se este estivesse ali, ao alcance de um esticar do braço.
Sem dar por nada viu-se a atravessar uma estrada a caminho de casa e, de repente, sem se saber de onde, a luz de dois farois a virem ao seu encontro a uma velocidade alucinante.
Ali deitada e imovel, no frio alcatrão encharcado da chuva da tarde, num ultimo fôlego ainda suspirou: “...como...te...chamas....?”
Ele, no mais profundo desconhecimento do que tinha sucedido, no dia seguinte esperou até desesperar. Cansou-se de esperar que o sonho impossivel se tornasse realidade e deixou-se vencer pela raiva de se achar de novo enganado.
A flor que tinha, deixou-a morrer nas suas mãos, antes que caisse indefesa até ao chão. Quando, à beira mar e a meio dessa noite, contou as ondas do mar como se fossem todas a vezes que se havia sentido enganado por amor, soltou um estridente e enlouquecido grito por onde fugiram todos os beijos que tinha guardados para ela.
E partiu, sem tomar o rumo de casa. Sem se importar se ía para Este, Oeste, Norte ou Sul. Caminhou apenas na direcção que lhe levava o velho caminho de ferro, sem saber nem onde nem quando parar.
E quando no horizonte começou a clarear uma forte luz de forma avassaladora, abriu os braços, olhou as estrelas onde viu a face dela por uma ultima vez, e deixou-se entregar de peito aberto ao destino daquele comboio, sem o mais pequeno dos remorsos, sem a minima piedade.
Há quem diga que ficaram juntos, para sempre...
Há tambem quem diga que a locomotiva carrega o seu coração para onde quer que vá, e quando o comboio passa por aquele sitio, apita como se fosse um coração a gritar por redenção...
Agora pode-se escrever "The End".
Era isto. Não digam que não foram avisados.
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