Dias negros aproximam-se...
demasiado depressa
Um passeio por uma mente quase humana
Lembro-me de tentar agarrar-te,
para que não fugisses de mim.
Não fisicamente,
apesar de tal me ter passado pela cabeça,
quantas e quantas vezes,
mas apenas através de palavras.
Palavras escritas,
porque nunca tive a força
para as pronunciar na tua presença.
A minha mente,
outrora repleta de espaçosos salões,
esplanadas e quartos onde conviviamos
na minha imaginação,
agora não passa de um exíguo corredor
onde estão pendurados
todos os retratos que fiz de ti,
com o teu nome cravado
na moldura da minha carne.
E um sem numero de portas
a perder de vista, todas trancadas.
Quanto aos teus retratos,
vou tentado tapar alguns
com lençois de tempo e distancia,
enquanto outros chamam por mim,
com aquela voz inconfundivel
que vai desfiando os lençois
com que tento tapá-los.
Outros tento arrancá-los de lá, à força,
apesar de estarem presos à parede
pelas minhas veias.
Arrancá-los significa sangrar por dentro
até ao limite da racionalidade.
Mas pouco mais há a fazer
e pouco importa.
Resta-me encontrar a porta de saída...
ou sangrar além do possivel.
Foste o sonho mais lindo que tentei viver,
e que acabou com o toque de um despertador
que nem fui eu que o ligou...
...o despertador mais previsivel de todos.
.........Nelson Gonçalves (30/10/2006)
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