A notícia do mundo
A luz está fraca, quase não se vê o que quer que seja.
E tu... tu ali estás deitada no sofá, onde te deixaste adormecer, apenas com um lençol de cetim por cima, que deixa a descoberto teus braços e ombros desnudados e pela parte lateral, a tua perna direita - sublime, de linhas perfeitas - caída sobre o chão, também ela nua até onde o lençol a encontra, perto da cintura.
O resto da sala pode estar às escuras, mas ali, junto à lareira já meia sumida e em ti ainda há uma restea de luz que se faz sentir.
E eu...
...lá estou, sentado na poltrona em frente, a fazer de conta que leio o jornal enquanto admiro todo o esplendor que exalas do teu corpo. E tu... dormes.
A vontade que tenho é de te embrulhar no jornal. Os titulos bem grandes e apelativos nesses teus olhos que me hipnotizam, nessa boca que me enlouquece.
As noticias de desgraças e desastres deixaria de parte, não quero que tenham lugar, no teu mundo. As referentes a crimes... crime suficiente já é ter-te ali, à minha frente, e não te encher de beijos, nestes ultimos minutos em que dormes e descansas.
As noticias cientificas ficariam na zona da tua cabeça, onde a tua inteligencia as fariam ganhar vida própria.
As ofertas e procuras de trabalho ficariam envoltos nos teus braços.
As novidades sobre restauração ficariam junto à tua barriga, bem como receitas de culinária, para que as saboreasses e saciasses tua fome.
A secção de desporto, apesar de não ser das tuas preferidas, ficar-te-iam nas pernas.
A parte do lazer... bem, acho que nem preciso de te dizer.
Embrulhar-te-ia em jornal... e faria de ti a noticia da minha vida.
A parte das palavras cruzadas ficariam para mim... para eu te descobrir.
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