terça-feira, junho 28, 2011

Imaginary self-loathing, or maybe something else completely different



Sou confesso adorador do Verão, sem dúvida alguma a minha estação preferida do ano. Apesar da alegria florescente primaveril, da beleza subvalorizada de um aconchego invernal ou da força do cheiro a terra molhada que as chuvas outonais trazem, o Verão traz consigo uma liberdade não só em termos de roupagem mas também de mentalidade, como que uma brisa constante de aventura que se está mais predisposto a seguir.


Mas não deixa de ser um contra-senso esta vontade que me dás de pedir, a mim mesmo e com alguma insistência, o abrigo frio do silêncio e o escudo invisível da escuridão na noite que se vai perdendo com o passar das horas, até definhar lentamente às mãos dos primeiros raios de sol.


O mais natural era continuar a procurar-te, como faço uma e outra vez, até perder a conta às vezes que o faço, sem me aperceber se faço algum intervalo para respirar. Nem eu sei se ainda respiro, não me lembro da última vez que o ar me chegou aos pulmões sem que antes fosse consumido em chamas dentro de mim. Um ultimo suspiro perde-se na penumbra…


Dou por mim a pedir em silencio para não te procurar. És quente e o calor que fazes despertar em mim, esta chama que me fazes queimar por dentro, faz com que as temperaturas veraneantes sejam coisa de somenos... e é gelo que se sente, na luz forte que vem do sol em plena tarde.


Nasce mais um dia… quente por sinal. Dizem na televisão que é capaz de bater registos históricos de temperatura. E tu, por aí continuas a derreter corações inconscientemente, como se não fosse crime ter todo esse poder no olhar, no sorriso ou nas curvas sinuosas da cintura que clamam por inventar um outro pecado original, a cada centímetro da tua pele.


Vai ser um dia quente, dizem-me.
No escuro do meu refugio estará fresco, certamente… apenas e só até eu lembrar-me que não me consegui esquecer de pensar em ti.






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