segunda-feira, abril 24, 2006

O incêndio que me queima


Por vezes dou por mim a pensar que mais vale restringir-me àquilo que parece ser o que me espera.
Por vezes digo a mim mesmo “não penses nisso, não vale a pena, não é para ti”.
E não sei bem explicar porquê.
Talvez seja apenas uma manobra de auto-defesa, para o caso de se tornar mesmo realidade.
Ou talvez seja com o intuito de, na eventualidade de acontecer algum milagre, a surpresa ser bem maior e a felicidade proporcionada seja ainda mais extasiante, mas tenho sérias duvidas que seja este o caso.
Sei que faço isso muitas vezes, principalmente quando não tenho ninguém à volta, e dou por mim a imaginar cenas que parecem simplesmente não ter lugar na minha vida.

Mas depois há aqueles dias em que é suficiente uma conversa, um olhar, um mero sorriso ou simplesmente a forma como a luz brilha na curva de um ombro.
E é como que se abrisse um novo mundo de possibilidades e, acima de tudo, uma nova janela à imaginação trepidante que fervilha na mente.

E o mundo parece ter mais cor, parece ter mais vida, parece melhor...
... mesmo que não venha a ser para nós.

“Não penses nisso, não vale a pena, não é para ti”.






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