Um pouco de todos nós
Hipocrita, eu
Um, dois, três, quatro, cinco...
Vão-se contando os acidentes com algum afinco.
Queixam-se que a curva devia ser mais segura,
No entanto fazem da estrada uma aventura.
Por vezes parecem conduzir de olhos fechados,
Há também os que estão sempre atrasados.
Quatro, cinco, seis, sete, oito...
Vai contando os feridos alguem mais afoito.
Uma perna partida... uma cabeça aberta...
“Se não fosse o cinto tinha sido morte certa!”
Seis, sete, oito, nove, dez...
Juntam-se no mesmo numero os que bateram de uma vez
Num quadro negro riscam-se traços, em branco-giz
E há cada vez mais acidentes, é a estatistica que o diz...
“Eles que parem, sou um mestre do volante.”
Enquanto isso vês a vida passar num instante.
Dizem que a culpa não morre solteira,
Não foi a ultima vez, muito menos será a primeira.
Agora até já tens a tua cara no jornal,
Para sempre serás lembrado, para o bem ou para o mal.
Cinco, quatro, três, dois, um...
Afinal só houve um morto, eras tu e mais nenhum...
.....................Nelson Gonçalves, 21/08/2007
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