segunda-feira, novembro 20, 2006

Consequencias de um fechar de olhos


Os sorrisos cor de coração ameaçaram regressar. Por momentos pensei que ia começar tudo de novo, que ia voltar a sentir o folego a faltar sem razão aparente, que a imaginação ia voltar aos momentos de constante revolta e inquietude, a imaginar cenários hipotéticos e a ter a ideias habituais, também habitualmente condenadas ao insucesso. Desta vez soube e consegui parar a tempo e pensar um bocadinho – soube colocar-me no meu devido lugar, em vez de me deixar levar por uma qualquer história de embalar, com que normalmente me engano a mim mesmo, uma e outra vez.
As mesmas rasteiras não me podem apanhar sempre desprevenido e se posso adiá-las por uns tempos é o que pretendo fazer, desta vez. Não quero cair sempre nas mesmas esparrelas, quero ter tempo para respirar um pouco, para tentar encontrar um pouco de lucidez que seja. Porque esse tipo de loucura, quer se queira quer não, acaba por nos roubar tempo de vida e até um pouco de saúde, quando a rasteira se confirma – e por norma tem-se confirmado sempre.
Sei que hei de voltar a ser apanhado nessa teia de emoções, nesse enleio de sentimentos mal digeridos, desgovernados e condenados, desprovidos de racionalidade, por estranho que pareça. Mas de momento não sei se estou pronto para outra rasteira, tão depressa. A velocidade vertiginosa que em tempos queria para a minha vida – e que não consegui atingir – agora dá-me alguma aflição.
Curiosamente, acho que agora tudo se torna mais facil, as palavras mais timidas e os actos mais tenebrosos que sempre me faziam vacilar e recuar, agora parecem balas de encantar prontas a disparar sobre um qualquer peito repleto de emoções por descobrir.

Os sorrisos cor de coração ameaçaram regressar... quem sabe um dia me deixe entregar a eles, sem me importar com a rasteira que trarão consigo.






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