Um pouco mais de coisa alguma
A dada altura da caminhada chegamos à conclusão que o trilho parece demasiado ingreme. Valerá a pena continuar a subir? A queda será imensamente maior, já diz o velho ditado... mas a vista...minha nossa, a vista faz valer a pena qualquer trambolhão, nem que venha a ser uma queda mortal.
As viagens às terras dos sonhos são sempre como luzes que se acendem dentro de uma pessoa... um despertar para a realidade, por mais inverosímil que possa parecer, uma vez que no fundo estamos mesmo a sonhar. A intrinseca referencia dos sonhos acaba sempre por ser a realidade. Os sonhos, por mais que se queira, acabam sempre por ter qualquer coisa de real neles. Sonhar para nos desligarmos da realidade... até que ponto? Os sonhos não foram feitos para se viverem, os sonhos foram feitos para criarmos objectivos inatingiveis de maneira a tentarmos evoluir para algo que nunca alcançaremos.
O meu objectivo era não fazer qualquer sentido, mas não estou a conseguir. Parece que estou a caracterizar aquilo que na realidade são os sonhos... afinal os sonhos fazem parte de uma realidade que não se vive, mas se é uma realidade que não se vive como pode ser alguma coisa de real...? Agora dei voltas a mais, nesta frase, e já nem sei se me estão a seguir o raciocínio... adiante, que tenho muito caminho pela frente.
Quando chegar a altura de voltar à realidade... desço ou atiro-me de um impulso? Ainda não pensei nisso, e fazê-lo a esta altura dos acontecimentos seria um desperdicio de tempo. Mais vale apreciar a paisagem que a terra dos sonhos me oferece. Por enquanto prefiro continuar a subir. Um dia, quem sabe, alguem me encontrará e me quererá puxar para baixo, de volta ao mundo real, ao mundo onde supostamente se vive. Se me desequilibrar e cair... só me resta esperar que alguem me agarre e que alivie a minha queda... ou então sonhar com isso durante a viagem até ao chão.
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