terça-feira, novembro 21, 2006

Reencontro lixado (ou com o lixo, se se preferir)

Descobri isto escrito numa folha de papel que já quase estava condenada ao esquecimento e, consequentemente, à viagem para o balde do lixo. Onde já devia ter ido parar há muito tempo...


Águas paradas

Juro que não sei para onde vou
E sei que não sou nenhum génio.
Não faço ideia daquilo que sou
Talvez só desperdicio de oxigenio.

Dou-me por feliz porque não fumo,
Não me mato com um e outro cigarro.
Tento não traçar o meu rumo
Num qualquer acidente de carro.

Não dou devido valor à idade,
Revejo-me na morte de uma flor,
Não que seja por pura maldade
Mas sim porque sinto a sua dor.

Não tenho destino marcado
Mas o futuro não me conta nada,
Vou vivendo às custas do passado
Num maremoto de água parada.

Sentido sei que não faz,
Nem era suposto fazer,
Só sei que olhando para trás
Pouco há que não me faça sofrer.

................. Nelson Gonçalves, 25/11/2004






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