quinta-feira, julho 13, 2006

Ancorado no cais da imaginação


Praticamente não dormi.
Lembrei-me que não te disse bom dia pela manhã,
nem passei a mão pelo teu rosto angelical
que me dá forças para enfrentar o resto do dia.
Não te dei o beijo com que gosto de te acordar,
nem te levei o pequeno-almoço à cama,
com que tu tanto adoras ser mimada.
Saí para o trabalho sem dizer nada,
como se fosse um dia como outro qualquer,
um dia em que não estivesses ali.
Passei a manhã sem te enviar uma mensagem,
e durante o almoço também não te mandei os piropos,
quase obscenos,
que te fazem corar e sorrir para mim.
Durante toda a tarde,
a imagem guardada na minha mente de ti ali deitada,
nua e aninhada na minha cama,
distraiu-me de tudo o resto
e quase me obrigou a telefonar-te.
Mal consegui jantar,
com a vontade louca de querer dizer-te que te amo,
coisa que acabei por não fazer.
Quando me vou deitar,
ao fim da noite, o calor sufocante
que parece invadir todos os recantos do mundo
não consegue quebrar o frio gélido do meu quarto…

…onde tu nunca entraste.






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