Feito de ciclos viciosos
Deparo-me com a ideia de que secretamente cheguei a desejar nunca mais cá voltar.
Permitam-me corrigir-me... secretamente não, talvez inconscientemente. Sim, inconscientemente será a definição mais adequada para o que quero dizer.
Talvez este lugar seja “apenas” um dos mais fortes ventos que semeei, e é apenas natural que agora passe o tempo colhendo aquela que será das maiores tempestades que me assolarão até ao fim dos meus dias. Como uma maldição que faz peso sobre a cruz invisível que se faz transportar nas minhas costas. Como um chicote que incessantemente vai deixando marcas, cicatrizes que o tempo não conseguirá apagar.
Mas deixar de vir cá implicaria muita coisa, muitas mudanças de vida, de espírito… quiçá de afectos que não me pertencem. Situações para as quais talvez não esteja preparado. Quando digo que não estarei preparado, digo-o por natureza, não por falta de vontade e querer. Mas o mundo é feito de tentativas frustradas, umas atrás das outras, na vã esperança de que alguma vez surta efeito...
Claro que voltei cá, mais uma vez. Que outras alternativas teria, que não fossem alimentar a tempestade que criei, quando tudo à volta me empurra de volta para este meu canto. Forçando-me ao recurso de musas de outros tempos que - incautamente, sem conhecimento ou aviso - voltaram para me alegrar os dias mais enublados e, ao mesmo tempo, regarem-me a face de lágrimas desprovidas de sentido, nas noites escuras e solitárias em que me culpo de tudo o que não acontece...
…afinal de contas, a vida não é mais que um ciclo vicioso, frágil mas ao mesmo tempo imparável, que se repetirá até o sol apagar-se, de uma vez e para sempre.
Permitam-me corrigir-me... secretamente não, talvez inconscientemente. Sim, inconscientemente será a definição mais adequada para o que quero dizer.
Talvez este lugar seja “apenas” um dos mais fortes ventos que semeei, e é apenas natural que agora passe o tempo colhendo aquela que será das maiores tempestades que me assolarão até ao fim dos meus dias. Como uma maldição que faz peso sobre a cruz invisível que se faz transportar nas minhas costas. Como um chicote que incessantemente vai deixando marcas, cicatrizes que o tempo não conseguirá apagar.
Mas deixar de vir cá implicaria muita coisa, muitas mudanças de vida, de espírito… quiçá de afectos que não me pertencem. Situações para as quais talvez não esteja preparado. Quando digo que não estarei preparado, digo-o por natureza, não por falta de vontade e querer. Mas o mundo é feito de tentativas frustradas, umas atrás das outras, na vã esperança de que alguma vez surta efeito...
Claro que voltei cá, mais uma vez. Que outras alternativas teria, que não fossem alimentar a tempestade que criei, quando tudo à volta me empurra de volta para este meu canto. Forçando-me ao recurso de musas de outros tempos que - incautamente, sem conhecimento ou aviso - voltaram para me alegrar os dias mais enublados e, ao mesmo tempo, regarem-me a face de lágrimas desprovidas de sentido, nas noites escuras e solitárias em que me culpo de tudo o que não acontece...
…afinal de contas, a vida não é mais que um ciclo vicioso, frágil mas ao mesmo tempo imparável, que se repetirá até o sol apagar-se, de uma vez e para sempre.