quinta-feira, julho 31, 2008

Questões de um quotidiano mediano... ou nem tanto


Ao fim destes anos todos ainda não consegui perceber se me custa mais que me ignorem ou que me mintam e eu venha a descobrir...




segunda-feira, julho 28, 2008

Analogia barata



Passamos a vida no areal branco, a ver as marés passarem, as calcorrear outras pegadas de um lado para o outro. Vamos molhando os pés, passeando lado a lado com a agua ou simplesmente à distancia, nas dunas, a salvo da rebentação e do fascínio que ela provoca.
Eventualmente, de tempos a tempos, damos um ou outro mergulho, sem grande significado e voltamos para a areia. Outras vezes o mergulho até significa um pouco mais e queremos ficar na agua mais tempo, mas é o próprio mar que nos envia de volta para a areia. Não era a maré certa, dizem umas marés… por vezes nem dizem nada e vão-se embora.

E assim vamos andando, entre o mar e a areia.

Uma vez por outra encontra-se uma maré mais aprazível, que nos prende mais a atenção. E quando se consegue entrar na agua nessas alturas, em vez de um simples mergulho, a vontade é ficarmos mais tempo na agua, onde tudo parece maravilhoso, independentemente de ser uma maré calma ou revolta.
E o mar aceita-nos por uns tempos… até ao dia em que somos novamente expulsos pela maré. Pode até acontecer que se saia pelo próprio pé, seja por vontade própria ou pura e simplesmente porque aquela não era a maré certa.

E volta-se de novo para a areia. Talvez para mais um ou outro mergulho de cabeça, para mais uns passeios ou apenas para estar com os amigos, a ver a maré passar em todo o seu esplendor.

À espera da maré certa que nos leve definitivamente.

E eu… eu apenas estou sentado no areal… a ver a rebentação… e as ondas que passam...




domingo, julho 27, 2008

O farol continua a ser o que era, com ou sem vento, tanto faz


Chegou-me às mãos, nos ultimos dias, mais uma pequena maravilha da natureza manufacturada. Um leitor de mp3 com capacidade para 4Gb... ora, fazendo as contas isso dá para lá de muitas musicas ali guardadas.
Sempre me fez um bocado confusão ver as pessoas a andarem pelas ruas, com os auscultadores postos nos ouvidos, muitas vezes sem dar grande cavaco ao que se passa em seu redor, completamente alheados do mundo.
Certo é que agora tenho uma (mini) maquineta dessas. Como me saiu à borla não me importei muito e, evidentemente, tenho andado a fazer-lhe um test-drive. Devo dizer que deu muito jeito logo na quinta-feira, enquanto esperava pela minha vez de ser atendido na repartição de finanças cá do sítio. Também deu algum jeito no trabalho, na parte mais chata do trabalho e no qual posso ter um pouco mais de abstracção em relação ao que estou a fazer. Nestas ocasiões apenas meto um auscultador no ouvido, não vá aparecer alguém com duvidas, ou um dos telefones tocar e eu não dê por isso.
Mas na rua não me sinto muito à vontade para usar aquilo. Parece que perco demasiado do mundo que me rodeia, e que corro o risco de me fechar demasiado. Não quero perder o pouco contacto que tenho com o mundo, com quem me rodeia.
Mas admito que entrei neste fim de semana um pouco mais... calmo. Parece que o stress acumulado é bem menor.

Claro que fiz logo uma lista de algumas das minhas musicas preferidas. Optei por uma playlist mais virada para o rock, umas mais comerciais outras mais alternativas, com indispensaveis passagens pelo reggea, pelo pop e tambem pelos primórdios do grunge.
Uma das musicas que lá se encontram é esta obra dos U2, chamada Where the streets have no name.



I wanna run, I want to hide
I wanna tear down the walls
That hold me inside.
I wanna reach out
And touch the flame
Where the streets have no name.

I wanna feel sunlight on my face.
I see the dust-cloud
Disappear without a trace.
I wanna take shelter
From the poison rain
Where the streets have no name
Where the streets have no name
Where the streets have no name.

We're still building and burning down love
Burning down love.
And when I go there
I go there with you
(It's all I can do).

The city's a flood, and our love turns to rust.
We're beaten and blown by the wind
Trampled in dust.
I'll show you a place
High on a desert plain
Where the streets have no name
Where the streets have no name
Where the streets have no name.

We're still building and burning down love
Burning down love.
And when I go there
I go there with you
(It's all I can do).

(Where the streets have no name, U2)

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quarta-feira, julho 16, 2008

A quebra do tabu

Pode até surpreender-te o que te vou dizer agora, tendo em conta a forma insaciável como sorvíamos cada segundo que estávamos juntos com uma vontade arrebatadora que dava a entender que eram poucos os segundos que nos restavam.
Não tenho saudades do sexo. Podes estranhar dizer-te isto, mas com o tempo uma pessoa habitua-se a que faltem certas coisas e com mais ou menos esforço lá consegue passar sem pensar nisso.
Não, não tenho saudades do sexo.


Aquilo que mais sinto falta e que mais me deixa vazio por dentro é deitar-me para dormir, apagar a luz e faltarem-me os teus braços a envolverem-me como se eu fosse a tua almofada ou o teu ursinho de peluche preferido da infância perdida.

Aquilo que mais sinto falta é a proximidade do teu corpo que se aninhava ao meu e o bater do teu coração, que lentamente descansava ao sentir o bater do meu e aos poucos se deixava adormecer numa paz intemporal.

Aquilo que mais sinto falta é de sentir o teu corpo sobre o meu - nu ou vestido era indiferente, e sei que achas isto estranho, também – apenas e só. Sentir-te o corpo a descansar sobre o meu, desde os pés até ao meu peito, onde pousavas a cabeça e as mãos e ali te deixavas adormecer até ao raiar do sol. Eu feito teu colchão e tu o meu lençol, numa cama humana sem qualquer corpo estranho pelo meio.

Aquilo que sinto mais falta não é do sexo, lamento.
És tu, apenas e só tu o que mais falta me faz.


No fundo a vida não passa de um aglomerado de pequenos momentos que se vão esquecendo, com o passar do tempo.
Mas nem todos…




sábado, julho 12, 2008

Uma história com alguma história

Tenho tido alguma dificuldade em deixar de ouvir uma música em particular. Já a tinha ouvido uma ou outra vez, mas esta semana voltei a ouvi-la na rádio, durante a viagem de segunda-feira até Coimbra. No regresso, ao fim da tarde, armado em Camões fora de época de Carnaval depois de ver muitas luzinhas fortes, voltei a ouvir a música enquanto fazia a viagem de olhos fechados por causa da luz.

Das primeiras coisas que fiz, ao voltar a casa (e assim que a visão me permitiu), foi arranjar esta música. Excelente, a combinação da maravilhosa voz com uma letra brilhante e uma musica a roçar o perfeito.

Quinta-feira foi dia de voltar a Coimbra e a música lá estava, outra vez a passar na rádio. As boas noticias em Coimbra fizeram-me voltar para Sul com uma leveza e uma felicidade que não sentia há uns tempos… as boas noticias têm destas coisas, ao fim de 23 anos. E na rádio lá estava esta música, que ficou a pairar dentro da cabeça.


É a musica que tenho ouvido muitas e muitas vezes nas ultimas horas. É de uma rapariga chamada Brandi Carlile e a música chama-se The Story, mas podia chamar-se outra coisa qualquer que estaria destinada a ser uma espectacular música, de qualquer maneira.



All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you

I climbed across the mountain tops
Swam all across the ocean blue
I crossed all the lines and I broke all the rules
But baby I broke them all for you
Because even when I was flat broke
You made me feel like a million bucks
You do…I was made for you

You see the smile that's on my mouth
It's hiding the words that don't come out
And all of my friends who think that I'm blessed
They don't know my head is a mess
No, they don't know who I really am
And they don't know what I've been through
like you do… And I was made for you...

All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you

(The story, Brandi Carlile)

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quinta-feira, julho 10, 2008

23 anos



Semana atribulada, como eu já esperava. Repleta de viagens para Coimbra e de regresso.

Ainda tenho alguma dificuldade em acreditar que me livrei dos ferrinhos que me prendiam desde há 23 anos. Ainda faltam alguns meses até ter a certeza de que é mesmo assim, mas entretanto... deixem-me viver estes momentos de alegria como se fossem (serão) para durar.




domingo, julho 06, 2008

A sabedoria popular diz-me que...

... "sentir-se em baixo" na maioria das vezes quer mesmo dizer é que não se tem ninguem para "saltar em cima"...





quarta-feira, julho 02, 2008

Ser mais leve que o ar



Livre, a voar

Por vezes vejo-me livre, a voar
Sobre a cidade numa noite cristalina
Apenas luzes e estrelas a brilhar
Desvanecida que foi a neblina

Sublime sensação esta de ser
Nada mais que um ser a flutuar
A quem é dado o dom de poder ver
Infinito manto de luzes a cintilar

Não perco um momento a pensar
Quem me fez assim, mago voador
Aproveito apenas para admirar
Tamanho firmamento em teu louvor.

Desenho constelações pelo chão
Feitas de parques, ruas e avenidas
Que deixam num céu em admiração
Estrelas que em tempos foram esquecidas

E ao longe, no ponto mais distante
É onde mora a luz mais brilhante
E nela apenas um nome, o teu:
É onde se une a terra com o céu.

...............Nelson Gonçalves (01/07/2008)






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