terça-feira, setembro 26, 2006

Fotografia de hoje


Precisamente no momento em que eu ía tirar uma fotografia à ponte que liga o rochedo e o resto da encosta, uma maldita gaivota lembrou-se de me estragar a fotografia. Agora parece uma passaro gigantesco que se prepara para pousar na dita ponte. E não, não se trata de foto-montagem...

Nota: de todas as fotografias que tirei em toda a minha vida, esta é claramente uma das minhas preferidas.




domingo, setembro 24, 2006

Fotografia do dia


Este Adágio para Cordas, que ainda paira por aqui, era uma das musicas que eu usava, nos tempos de secundário, para estudar Filosofia.
Nunca tive grande apetencia para Filosofia, e não conseguia estudar aquilo a não ser com musica clássica. Esta musica era uma das minhas predilectas para tal coisa. No 11º ano, quase chumbei a essa disciplina. Por muito que escrevesse sobre os temas estudados, normalmente os testes vinham marcados a vermelho, a dizer "Vago" e "Muito Vago". Já aí se fazia notar...
A professora fez um teste extra, no fim do ano, para eu tentar subir a nota para positiva. Curiosamente, tive 14 nesse teste e passei com 11.

...mais um post "Vago"... "Muito Vago".




sábado, setembro 23, 2006

Primeiro dia com a máquina




Tirei mais umas quantas, mas decidi meter estas aqui. Se alguem quiser ver as outras basta seguir o link por baixo de uma das fotos.




sexta-feira, setembro 22, 2006

Este é o post em que digo que finalmente chegou aquilo que eu dizia que tanto esperava e que voces ficam a saber o que era

Era isto que eu estava à espera que chegasse, nos últimos dias. E finalmente chegou.
Uma Panasonic Lumix DMC-FZ7.


Os planos de que falava, alguns vou realizá-los, sem dúvida. Ir a alguns sítios que normalmente não iría e tentar ir a horas fora do normal, para tentar captar imagens diferentes das que nos habituamos a ver.
Outros planos, por falta de alguma coisa em particular, vou ter de desistir deles, como já devia ter feito há muito tempo. É uma questão de ganhar um bocado de juízo e dar, por uma vez, importância à realidade (que me calhou na rifa) em vez de tentar viver uma fantasia que nunca se concretizará.

Este post foi editado... certos pormenores devem ficar apenas para mim e tinha dado, inicialmente, informação desnecessária.




quinta-feira, setembro 21, 2006

Lá fora chove

Cá dentro está bem pior.

Altura ideal para meter isto por aqui.
Adágio para cordas, de Samuel Barber.
Conhecida musica dos filmes Platoon e O Homem Elefante.



Platoon


O Homem Elefante




terça-feira, setembro 19, 2006

Procura-me, uma noite destas, ali em cima


Tenho monstros a viverem dentro de mim.
Sou um covíl de demónios à espera do dia do meu juízo final. Soltam pela boca o fogo que me queima por dentro. Com suas garras rasgam-me as entranhas, alimentam-se da minha carne, bebem do sangue que me corre pelas veias e consomem o oxigénio antes que que eu o saboreie nos meus pulmões.

Tenho demónios a viverem em mim.
E na minha mente congeminam planos diabólicos de dor, torturas e tormentos que põem em pratica comigo, como se eu fosse sua cobaia. Vivem das minhas fantasias para dar azo à insanidade, socorrem-se dos meus choros para soltarem odiosas gargalhadas e usam-se do meu desespero para fazerem um banquete de feridas abertas em carne viva.

Tenho demónios a crescerem em mim.
E quando esses demónios se fartarem das limitadas fronteiras do meu corpo... meus amigos... soltar-se-á um inferno de tamanhas proporções jamais vistas pela humanidade que não me restará mais nada a não ser resignar-me a deixar de existir. Implodirei em chamas e no céu desenharei um enorme traço brilhante e incandescente que será visível nos dois hemisférios ao mesmo tempo.

Por enquanto não passo de uma simples pedra a divagar sem rumo pelo escuro do espaço sideral. Sou um meteorito a consumir-me por dentro...

...mas, uma noite, estrela cadente serei.




segunda-feira, setembro 18, 2006

Este é o post em que digo que estou à espera que aconteça uma coisa que voces ainda não fazem ideia do que possa ser


Esta espera está a dar cabo de mim...
Estou a ser consumido por uma ansiedade que parece não ter dia marcado para acabar. Praticamente não tenho dormido descansado, na esperança de que “amanhã” seja o dia pelo qual tenho estado nesta espera, nesta ansia que está a dar comigo em doido. Será que amanhã é mesmo esse “amanhã” em que a minha vida muda? Será que vou acordar e reparar que está tudo igual, que aquilo que tenho esperado nos ultimos tempos não está aqui, não entrou ainda na minha vida...?
Ah, mas quando acordar e reparar que esse dia chegou não vou parar. Tantos planos que já tenho idealizados na minha mente para esses dias que se seguem. Tantos sitios onde ir, com horas certas e rituais a cumprir, para que tudo corra bem. E quando esses planos estiverem cumpridos, logo se vai inventando mais alguma coisa, mais paisagens, mais horizontes, novas imagens para guardar.
Tantos planos... quando provavelmente nenhum se vai concretizar...
Quando o “amanhã” chegar logo se vê.

Nota: este post há de ter uma continuação, num dia destes, mais cedo do que possam pensar.




sexta-feira, setembro 15, 2006

Não suporto o barulho da esferovite

A noite estava a chegar ao fim. No sitio do costume bebia-se até ao fundo dos copos, onde as sinas se deixam escrever para quem as sabe ler.
Nunca a tinha visto assim, no meio da habitual confusão mundana que os rodeava, com o cigarro a tremer-lhe na mão e uma lágrima revoltada a escorregar-lhe pela face. E ele não se conseguiu conter mais.
Chegou perto dela, agarrou-lhe na mão que ela tinha livre, colocou a outra mão sobre o ombro dela e suspirou um “Olá”.
Ela olhou para ele, com os olhos vermelhos de quem tenta prender uma tempestade de revoltas, em vez de as soltar livremente num choro sentido. “Desculpa...”, disse.
Antes que ela completasse a frase, ele interrompeu-a para que não caíssem no erro de dar demasiada importancia a palavras que nunca a teriam. Nem no erro de fazer demasiadas perguntas desnecessárias.
Foge comigo amanhã, de manhã. Apanhamos o barco e vamos por aí, à descoberta do nosso mundo, fazendo o nosso caminho e construindo a nossa própria felicidade. Longe deste lugar de infortunios e desgraças. Amanhã, às 9:15 no cais... Espero por ti.”, disse ele.
Ela ficou impavida, imóvel como só uma estatua sabe ser, surpreendida por aquele pedido tão repentino. Ele afastou-se, sem dizer mais nada e sem desviar o olhar dela, e foi embora enquanto ela, com a ponta dos dedos, travava a lágrima que lhe percorria a face.

Na manhã seguinte lá estava ele, com aspecto de louco. Mal tinha dormido, a pensar que ela acedesse ao seu pedido. E também a morrer de medo que ela não o fizesse... Nem se tinha arranjado minimamente, com receio de não chegar ao cais a tempo e que ela tivesse estado lá sua espera e tivesse desistido por ele não aparecer à hora combinada.
Ele tinha uma simples mochila nas costas com pouca coisa que levar. Afinal a unica coisa que lhe importava levar dali era ela, daquele mundo que a maltratava, que a feria... daquele mundo que também o ignorava desde sempre.
Aproximava-se a hora do barco e nada. Sabia que tinha passado muito pouco tempo desde que fizera o convite, e que o cansaço a pudesse levar a não acordar a tempo. No entanto não deixava de estar ali, à espera dela, enquanto um e outro cigarro se ia consumindo na ponta dos seus dedos. É incrivel a velocidade com que os cigarros se desfazem em cinza, enquanto se espera por algo ansiosamente. Quase não lhes tocava com os lábios, sequiosos por a quererem ver aparecer lá ao fundo, ao virar da esquina.
Eram 9:27 e o barco não esperou mais... e partiu, deixando-o ali, prostrado à evidencia de que ela não estava lá. Ali se deixou ficar mais uns minutos, não muitos. Apagou o ultimo cigarro. Naquele instante deixaria de fumar, prometera a si mesmo.
Apontou os olhos ao chão, soltando todo o seu desalento ao vento e lá foi de volta a casa. Deu alguns passos, deixando para trás o cais.

Temos de ir de barco? Quando é o próximo?”, disse uma voz conhecida, por trás de si.
Virou-se o mais depressa que pôde. Ali estava ela, com a face corada de vergonha, mas com um sorriso capaz de fazer crescer uma floresta no mais seco deserto do mundo.
Não, não temos de ir de barco.” , respondeu contente por vê-la.
Ainda bem, enjoo com alguma facilidade.
Com a mão esquerda ele pegou-lhe na mão direita e foram em direcção à estação dos comboios.
Enquanto caminhavam, ela olhou para ele e perguntou, ainda com o seu melhor sorriso vestido:
Como te chamas?





quinta-feira, setembro 14, 2006

Moribundo... Verão!!


Ontem choveu.
O céu colocou a sua cara mais fechada e cinzenta e deixou cair as lágrimas que me recusei a derramar. As lágrimas que venho guardando nos ultimos tempos.
Foi como um canto do cisne e o primeiro sinal preocupante de que o Verão está a chegar ao fim. E o seu fim significa o baixar das temperaturas, o uso de mais roupa e o começar do frio a entranhar-se no corpo, em primeiro lugar e invariavelmente nos pés, depois conquistando o resto do corpo, aos poucos.
Um Verão tão diferente de todos os outros, pleno de descobertas, a grande parte delas boas descobertas. Com algumas revelações, curiosamente a maioria delas inconsequentes e uma ou outra até desgostosa.
Com curvas e feições e vozes que ficarão marcadas na minha mente e agarradas à minha memória sabe-se lá por quanto tempo.
Ontem choveu... as lágrimas que vinha guardando durante muito tempo, especialmente para esta altura. E agora que o céu se antecipou a mim e derramou as minhas lágrimas de uma só vez, só me resta esperar que um novo Verão chegue. Porque não gosto do cinzento ventoso do Outono, nem do branco e pálido frio solitário do Inverno. E só os primeiros sorrisos floridos da Primavera me trazem alguma alegria, na antecipação de mais um quente e solto Verão que virá.
Assim fico à espera de um novo Verão, enquanto não descobrir maravilhas nas outras estações do ano.




Não consegui resistir



Encontrei esta fotografia por acaso e não consegui resistir a colocá-la aqui...




segunda-feira, setembro 11, 2006

Más interpretações


Tinha muitas musicas que podia colocar aqui, agora. Algumas até tinha mesmo vontade de colocar, mas as letras... não queria que fosse mal interpretado por causa da ideia que essas letras transmitem. E é melhor dar algum descanso a mal-entendidos.

Por isso escolhi esta musica. Soul Storm, de Patrice, no botão do play ali à direita.

Now we’re walking down an alley
Now I’m talking spiritually
We got one eye on the future
and the other on our money
And all our feeling goes dead,
when we switch on that channel.
So over fed with the terrible flannel
Try to switch off my head
Use my soul instead
So I’ll get ahead of these things
I said

(Chorus)
There’s a soul
Soul
A soulstorm everywhere
It’s a everywhere
Everywhere
A soulstorm everywhere

I was taught that talk is cheap
and I have learned that love is deep
God gave me my soul to keep
So I talk love a whole big heap
And I will not point a finger
for it is timeless and will linger
I keep my own words down
so I won’t drown
Repeat one more time, don’t hinder

(Chorus 2x)

Some people might be wondering
Is his head in the clouds
and no ground under him
What the so and so’s he on about
So I’ll just break it down, down (no doubt)
I got up out of bed one misty morning
Found myself sitting there and brainstorming
About how to be true without being corny
Do some soulsstorming
Must be the benefit of the global warming
I realised that there ain’t no harm in
Planting soul and a little farming
Do some soul farming
Soul…

(Chorus 4x)

(Soul Storm, Patrice)




sexta-feira, setembro 08, 2006

Daltonismo, a quanto obrigas


Nas cores do teu olhar

Adoro o azul dos teus olhos.
Isto apesar de não saber se são azuis.
Mas no azul que eu não sei se os teus olhos têm
consigo ver o mar calmo e sereno
que convida a nos banharmos nele.
No azul que eu não sei se os teus olhos têm
vê-se o azul de um céu limpido a perder de vista
onde os sonhos nascem
e onde os desejos crescem sem pudor.

Adoro o verde dos teus olhos.
Apesar de não saber se são verdes.
Mas no verde que não sei se os teus olhos têm
encontro florestas repletas de vida e alegria
que a natureza nos oferece.
No verde que não sei se os teus olhos têm
há a esperança que se recusa a morrer
e que dá força a uma humanidade
para lutar por aquilo que merece ser lutado.

Adoro o castanho dos teus olhos.
Sem saber se são castanhos.
Esse mesmo castanho,
que para alguns pode não ser a cor mais bonita,
nos teus olhos ganha contornos sublimes.
Esse castanho que guarda no fundo
todas as cores numa só,
apenas para quem as souber apreciar no teu olhar.
Esse castanho que guarda mundos
e aventuras e paisagens deslumbrantes
para quem os souber apreciar.

Não sei ver as cores,
mas adoro todas as cores dos teus olhos,
sem saber ao certo que cores são...

.................Nelson Gonçalves (08/09/2006)




A quem há de vir


Há alturas em que a minha vontade era encher o peito de ar, juntar a energia de todos os recantos do meu corpo e gritar. Soltar o mais sonóro e estridente
AAAAAAAAAHHHHHHHHH
da história do Universo. Um grito tão alto e poderoso que, além de ensurdecer, também emudecesse tudo o que existe neste planeta.
Ninguém conseguiria falar.
Não haveria mais conversas tontas entre pessoas, nem cantares de pássaros, nem sons de outro animal qualquer à face da Terra. A água deixaria de soltar o seu característico e cristalino som a correr nos rios, ribeiras e riachos, ou mesmo nas quedas d’àgua. As próprias ondas do mar deixariam de se ouvir, ou as folhas das arvores bafejadas pela brisa.
Não haveria barulho de carros, portas, portões, aviões... explosões. Uma civilização surda e completamente silenciada sem alarmes, chamamentos, insultos verbais. Sem declarações de coração aberto em palavras ditas entre tremores de medo. Sem baladas ou serenatas ao luar.
Até a raiva da natureza sería silenciada, passando as chuvas dilúvianas, os trovões, trovoadas, as derrocadas, avalanches e os vulcões a serem apenas acontecimentos notados pelos olhos. E as fortes ventanias deixariam de assobiar entre as casas e passariam ignoradas pelas pessoas que se recusam a sair à rua.
Nem os sons desconhecidos, aqueles que não sabemos de onde vêm nem o que os produz, e que invariavelmente são pão para a mente enquanto imaginamos o que serão e que ser os terá emitido. Nem esses seriam audíveis.
Silêncio total... a magnífica linguagem das estátuas.

E o fim do mundo passaria mais despercebido, porque o silêncio total já existia e o acontecimento seria resumido a um apagar da ultima réstea de luz no mundo, como quem apaga o candeeiro da mesa de cabeceira, ao deitar.


Até quebrarmos o silêncio que nos tem dividido...
...nem que seja apenas com o sorriso ou o olhar.




quarta-feira, setembro 06, 2006

Por inundar


Só conheço o oceano Atlantico.
Gosto de pensar que um dia vou conhecer todos os outros oceanos. Sei que é complicado, sei que pouca gente no mundo o consegue fazer. Mas gostava.
Como serão os outros oceanos? Será que se sente alguma diferença? Ou não passará de água salgada, como a do oceano que já conheço?
Pode parecer estranho, mas para mim a água do oceano Atlantico é diferente da água do mar Mediterraneo. Despertam sensações diferentes. Será que os outros oceanos despertam sensações diferentes?
Gostava de sentir a água de outros oceanos, de praias distantes e de horizontes para mim desconhecidos. Terão essas águas um sabor diferente? Serão essas marés mais fortes ou mais dóceis? Serão as suas ondas mais perfeitas, se é que existe tal coisa de uma onda ser mais perfeita que as outras...?
Serão todos os oceanos iguais? Não quero que me digam. Quero ser eu a descobrir por mim próprio, quero ser eu a molhar os pés e as mãos nesses mares. Quero ser eu a mergulhar de cabeça de uma vez, para não sentir tanto o calafrio de uma entrada lenta na água. Quero ser eu a sentir o sol que aquece as areias dessas dunas longinquas. Quero ser eu a fotografar os seus horizontes que se perdem onde o olhar não alcança.
Quero ser eu.

Quero ser todos os oceanos.





Conversa com ninguém


- Sabes, gostava que as coisas fossem mais simples. Que não fosse tudo uma confusão tão grande.

- Pois... mas raramente acontece assim como as pessoas querem.

- Eu sei. Vejo isso desde sempre. Mas se houvesse o minimo de certeza sobre alguma coisa que fosse.. esta insegurança toda talvez não se fizesse notar tanto.

- Não te preocupes tanto com isso. Essa insegurança de que falas apenas te torna um pouco mais humano. Pode nem sempre ser positiva, mas humaniza-te muito.

- Queria acreditar que sim, mas não sei porquê não consigo. Sinto que apenas me torna as coisas ainda mais dificeis. E para me humanizar não preciso nada disso, não dizem que errar é humano? Bastante humanizado já eu estou...

- Sabes qual é o teu problema? É pensares demasiado.

- Mas julgas que me dás alguma novidade? Isso já eu sei há muito tempo. Só falta encontrar uma solução para isso.

- E o que pensas fazer para encontrar essa solução?

- Não sei, mas acho que vou começar por viver um bocado... ou “morrer tentando”, como dizem nos filmes.

- A vida real não tem nada a ver com os filmes....

- Talvez não, mas que soa bem, soa... mesmo que não consiga.




terça-feira, setembro 05, 2006

Andando por aí

Voltei.
Foi quase uma semana longe daquilo a que me habituei a ver como o meu cantinho no mundo, que engloba todos os passos que normalmente dou, os lugares por onde normalmente me arrasto. Tudo e todos (ou quase todos) que normalmente me rodeiam.
Acabou por ser mais um retiro.
Podia escrever sobre muitas coisas que me passaram pela cabeça, nestes dias. Muitos textos vão-se perder na imensidão de papeis que não vou mostrar a ninguém. Ou simplesmente morrerão nas ideias que me recusei a colocar em papel, não por falta de oportunidade, mas por vontade de me esquivar deles.
Alguns desses pensamentos vou ter colocar no fundo de uma gaveta minúscula, bem escondida na minha mente, e trancá-la talvez para sempre.
Pequenos detalhes que faziam muita diferença. Estar presente, ouvir conversar, poder admirar sem sentimentos de culpa. Deixar apenas o desejo tomar conta de mim, a adrenalina a percorrer ao cimo da minha existencia e eu ficar ali, a sonhar como poderia ter sido a criação de um novo mundo maravilhoso... Para o fundo de uma gaveta, bem escondida de todos, até de mim.


Aproveitei estes dias para respirar. Estava a precisar afastar-me de tudo e foi o que fiz (porque afinal até era assim que certas pessoas preferiam, apesar de dizerem o contrário).
Outros lugares, outras gentes, outras visões sobre tantas coisas... outras maneiras de viver, com as quais raramente me consegui entender e que agora talvez façam mais sentido do que nunca. Não aguentaria esta maneira de viver por muito mais, seria uma questão de pouco tempo até rebentar pelas costuras. Mas fugir à monotonia derrotista de uma guerra perdida, numa sequencia de batalhas que nunca se chegaram a travar, faz sempre bem. Faz bem pensar que existe um outro mundo lá fora, lá longe onde tudo acaba por parecer melhor mesmo que não o seja, por muito mau que possa ser este em que me vou extinguindo. Lá longe, onde se pode mergulhar por uns tempos no anonimato de caras que nunca se viram, encher a mente com outras preocupações e com outras ideias e imagens... ou pelo menos tentar.


Sem qualquer tipo de razão ideológica ou política, fui ao Avante. Foi onde estive, durante estes dias. Não foi a primeira vez que lá fui. Calor infernal sempre a marcar presença. Conheci gente muito interessante, alguns que já conhecia de vista, outros com quem nunca me tinha cruzado. Nada como fazer cair por terra ideias pré-concebidas, quando se trata de ter surpresas agradaveis.
Como nota negativa, fica mesmo a parte do acampamento. Sem organização consentânea com o tamanho do evento. E a falta de civismo e respeito pelos outros, principalmente por parte das gerações mais novas, talvez na faixa etária dos 15-19 anos. Coisa que, infelizmente, noto cada vez mais.
De qualquer modo, aconselho toda a gente a, pelo menos uma vez na vida, irem assistir à ultima Carvalhesa do Avante, de preferencia de um sitio onde se consiga ver grande parte do espaço circundante ao palco principal. É dificil encontrar muitos momentos assim de alegria generalizada a toda a gente. E que espectáculo que é ver as pessoas a exteriorizarem essa alegria sem pensar em mais nada.

Nota: queria também deixar aqui um agradecimento para quem me aturou nestes dias. Foram uns dias mal dormidos mas bem passados.




Só pode

Muitas horas de ginásio, de certeza.
Videoclip engraçado dos Ok Go, com a musica Here it goes again.
Deve ter dado algum trabalho e muitas tentativas até sair bem, mas quem tem tempo livre não tem de se preocupar com isso.




Um agradecimento à Rute, por me ter "apresentado" este video.






referer referrer referers referrers http_referer