terça-feira, maio 24, 2011

Possivel declaração de intenções



Há algo em ti que me prende e tenho dificuldade em explicar, ou sequer identificar. Algo muito para além da tua maneira de ser, do timbre da tua voz, do teu jeito de olhar ou da sensação de leveza no teu toque.
Tentar explicar isso seria uma tarefa infindável, uma odisseia capaz de destronar imperadores, destruir pirâmides e outros templos ancestrais. Capaz de descobrir continentes impossíveis de atingir.
Mas esta necessidade de não deixar calado o sentimento obriga-me a tentar, mesmo que da forma mais improvável. Por isso vou limitar-me a dizer que há algo em ti que me prende, por mais singelo e pequeno que seja. É essa a razão pela qual vou dizer que o que me prende a ti não é muito maior que a pequena sarda que te enfeita a face, bem por cima da boca de carmim, um pouco à esquerda do nariz cinzelado na perfeição por um qualquer escultor renascentista e um pouco abaixo da pedra preciosa do teu olhar. Esse pequeno ponto circular para onde converge todo um universo.
Porque essa mínima sarda é simbolicamente oposta à cruz nos mapas piratas, talvez com o intuito de não te dar a descobrir facilmente, mas que mesmo assim marca a presença do maior tesouro à face da terra.
Porque, ao contrário dos mapas que se encontram pela cidade fora - onde o pequeno ponto significa “você encontra-se aqui” - ao olhar para ti e essa maravilhosa sarda que me enfeitiça, o único significado que lhe leio não é mais que “você está completamente perdido… de amores”.






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