sexta-feira, novembro 30, 2007

Pensamento da tarde

A estupidez não tem preço...

...é à borla.




Pensamento do momento...

Estar nú e longe de casa não obriga forçosamente a um pedido de ajuda - depende com quem e onde se está, imagino eu.

(isto por causa da musica que não me tem saído da cabeça nos ultimos dias... alguem adivinha?)




terça-feira, novembro 27, 2007

"A" Teoria da conspiração

De tempos a tempos ocorrem reuniões “familiares” que se transformam em autenticas sessões de brainstorming – mais storming do que brain, claro – e das quais saem teorias e conclusões no mínimo surpreendentes. Normalmente isto dá-se quando se sucedem uma série de coincidências, por exemplo a presença do Kasal K, ou uma sensação aromática a fazer lembrar orégãos, e por aí fora…
Numa das ultimas vezes a discussão tinha andado à volta da “manta de retalhos da avó” a que as pessoas carinhosamente apelidam de “camada de ozono”, tal era a camada… acho que também se chegou a falar de vacas a voar…

Este sábado deu-se nova reunião desse estilo e já o jantar ia a mais de meio quando as massas (umas mais cinzentas que outras, mas isso é do cabelo grisalho) começaram a entrar em efervescência. E tudo foi despoletado por uma simples frase, um mero “hmmm, aqui há sapo”.
Tenho de admitir que depois disso tenho pensado muito nesse tema. E as conclusões a que cheguei podem muito bem deixar perplexas as mentes mais desatentas.


A teoria dos anti-bufos

Há toda uma sociedade secreta que tem como finalidade eliminar os sapos das nossas vidas. E porque digo isto? Simples, meu caro Watson. São vários os casos em que se pode ver que a simples utilização da palavra “sapo” foi pura e simplesmente obliterada.
Por exemplo, na gastronomia.
Antigamente comia-se Perninhas de sapo, agora é Pernas de rã.
Antigamente havia Sapos com tinta, agora é Chocos com tinta.
Sapo no churrasco passou a ser Frango no churrasco.
Arroz á Bulhão Pato era antigamente Arroz à Bulhão Sapo… e por aí fora.

Mas há outros campos em que a história foi alterada de forma a fazer desaparecer os sapos da imagem. D. João, mestre Sapo passou a ser mestre d'Aviz.
Na literatura, a obra de Eça de Queiroz deixou de se chamar "Os Sapos" e passou a ser um prosaico "Os Maias", sendo que a personagem principal, Salgueiro Sapo viu o seu nome reescrito para Salgueiro Maia – este até veio a ser um herói da revolução dos sapos, rebaptizada de revolução dos cravos só porque “ah e tal, um cravo sempre cheira melhor que um sapo” diziam à boca cheia.
A sabedoria popular desde longos tempos sempre soube, através de ditados, mostrar como o mundo fazia sentido, e no caso dos sapos também não fugia à regra. Apenas alguns exemplos, e a sua explicação (se é que era necessária):

- “a cavalo dado não se olha o dente” -> originalmente era “a sapo dado não se olha o dente”, e isto é tão evidente porque os sapos não têm dentes, logo seria perda de tempo procurar por eles.

- “quem sai aos seus não degenera” -> outro caso, em que um “quem sai aos sapos não é de Genebra” foi alterado a bel-prazer de um punhado de pseudo-iluminados. Numa altura da história mundial em que não havia sapos em Genebra, fazia-se alusão às pessoas com tom de pele esverdeada, língua grande e fina e ligeiras membranas interdigitais para se chegar à conclusão se uma pessoa seria ou não originária de Genebra.

- “mais vale um sapo na mão que dois a voar” é tão notório que nem devia explicar. Quantas vezes viram sapos voadores? Se apanharem um arriscam-se a ficar extremamente ricos, logo é bem mais valioso prender um sapo voador que deixá-los por ai a voar livremente. Pássaros? Isso é o que mais há por aí a voar. Isso é vulgarissimo.

A própria bandeira portuguesa era constituída por 5 sapos que simbolizavam ali as zonas antigamente pantanosas do Ludo. Estes 5 sapos da bandeira portuguesa foram “airosamente” substituídos por 5 fortalezas. Que temos nós a ver com fortalezas? No entanto estes animais estão a ser constantemente apagados da história da humanidade (e até de Portugal, em particular), e isto passa-se ainda hoje em dia.

A partir dos anos 60, com as mentalidades revolucionárias em ebulição, voltou-se a tentar colocar os sapos no seu devido lugar e isso foi mais notório no campo da música, com uma série de nomes conceituados do showbizz a trazerem uma lufada de ar fresco a este charco à beira-mar plantado. Porém os poderes instituídos já se encontravam enraizados novamente e as produtoras de música fizeram mais uma vez com que a palavra “sapo” se tornasse proibida, e o próprio som emitido por esse animal fosse tema tabu. Deixo apenas alguns exemplos…
O célebre “Sapo fininho” do Rui Veloso. Ainda do Rui Veloso, mas mais recentemente, o não menos conhecido “Não há sapos no céu”.
A mãe do rock português também viu a sua obra adulterada. José Cid cantava originalmente “se o sapo gosta de banana eu gosto de ti”. E acreditam mesmo que era "favas com chouriço na versão original"? Favas??
No inicio dos anos 90 Nel Monteiro cantava “há quanto tempo eu não comia um sapo destes, um sapo destes à portuguesa”.
Mas os clássicos também não escaparam.
“Eu tinha um sapo branco que se chamava Gingão” poderia ter-se ouvido nas rádios, não fosse a acção desta gente que se esconde por detrás do manto da suposta ordem e bons costumes. Outro caso foi “um sapo verde voava, voava (...) como ele somos livres de voar”.
“Sapos do Tejo”, do Carlos do Carmo, “O bacalhau quer sapos”, “Sempre que brilha o sol naquele sapo”, “Sapo de cartão” de Linda de Suza… a lista é interminável.

Até no futebol os sapos se viram ostracizados (e isto não tem nada que ver com as ostras!). Os sportinguistas, que eram conhecidos como os sapos passaram então a ser apelidados de lagartos… até hoje.

Meus amigos, vamos deixar de enterrar a cabeça na areia como as avestruzes (não) fazem - originalmente eram os sapos que apareciam nesta frase feita.

Vamos dar aos sapos o lugar que merecem… nos nossos corações e na nossa sociedade.


For those about to "coaxar", we salute you.

Alguem sabe como se diz coaxar, em inglês? Frog-talk não vale.




quinta-feira, novembro 22, 2007

In Certezas


Gostava de poder responder às tuas dúvidas, de te aconchegar nos momentos de fraqueza ou incerteza.
Gostava de poder dizer que vai correr tudo bem, mas as certezas que tento procurar para ti nem as encontro para mim. Parecer-me-ia falso tentar disfarçar e não estaria a fazer mais que não fosse enganar a nós próprios, ainda que a intenção não fosse das piores.
E o falso sentimento de conforto seria demasiado frágil, o suficiente para que as duvidas voltassem a ensombrar a nossa existência.
Gostava de te proporcionar as certezas de que há coisas belas no mundo pelas quais vale a pena lutar e continuar a lutar até ao fim de todas as reservas de forças.
No fundo gostava que te visses a ti como os meus olhos te vêem e aí todas as duvidas se dissipariam. Assim poderias ser a certeza que me falta a mim.

“Os tipos simpáticos nunca ficam com a miúda.”




segunda-feira, novembro 19, 2007

Mensagem do dia


Nos tempos que correm dá a sensação que a maioria das pessoas limitam-se a ouvir a musica tocar e não ligam nenhuma à mensagem.

A eterna Janis Joplin canta Get it while you can.
Esta é a minha 2ª musica preferida dela, que se pode encontrar no disco Janis Joplin in concert, um dos melhores CD’s que comprei na minha vida, já lá vão quase 15 anos desde esse dia.
Esta musica serve também para estrear um novo leitor de musica, aqui para o blog, deixando de abrir uma nova janela, cada vez que alguém queira ouvir a “musica actual”. Obrigado à Ana Fonseca, mais uma vez, por me ter dado a descobrir o Esnips, que possibilita este leitorzito de musica e espaço de armazenamento online para as musicas.

A mensagem fica já aqui a seguir, como de costume.
Janis Joplin - Get...

In this world, if you read the papers, darling,
You know everybody's fighting with each other.
You got no one you can count on, dear,
Not even your own brother.
So if someone comes along,
He gonna give you love and affection,

I'd say get it while you can, yeah,
Honey, get it while you can, yeah,
Honey, grab it while you can,
Don't you turn your back on love, no, no, no.

When you're loving somebody, baby,
You're taking a gamble against some sorrow.
But who knows, baby,
'Cause we may not be here tomorrow.
And if anybody comes along,
He gonna give you love and affection,

I'd say get it while you can, yeah!
Honey, grab it when you're gonna need it!
Yeah hey, hold it while you can,
Don't you turn your sweet back on love,
No no no, no no no no no!

Ah! Once I had me a man,
But I didn't know enough at the time
To count my blessings, no no,
But I wish he could see me crying today,
'Cause his love don't feel to listen.
And if anybody comes along,
He gonna give me love and affection,
Yeah, hey!, Hey! Yeah! Hey!

Get it while you can, yeah!
Honey, get it while you can, yeah!
Honey, get it while you can,
Don't you turn your back on love,
No no no, no no no no.

Get it while you can, yeah!
Honey, grab it while you can, yeah!
I said, hold on to that man, love,
Hold on to that man whole,
Yeah, get it, want it, need it,
Get it, get it, hold it, need it, want it,
Get it, need it, want it, hold it,
Get it, squeeze it, love it, touch it,
Use it, need it, want it, get it,
Need it, want it, hold it,

Yeah hey, get it while you can, baby,
Yeah hey, get it while you can,
Honey, don't you go and turn your sweet back on love,
No, no, no, no, no, no, no, no, no
No, no, no, no, no, no, no, no, no, no, no, no, no, no
No, no, daddy, you'll be sorry,
No, no, no, no!

Why, thank you! I don't smoke. I just don't sleep, man, that's the trouble. I gotta sleep sometime. There's too much happening, why sleep, man ? I might miss a party.

(Get it while you can, Janis Joplin)




sábado, novembro 17, 2007

Mundo de espelhos


Às vezes só apetece é morrer, fugir para bem longe ou desaparecer na beira de uma falésia, para nunca mais ser visto.
Chega a ser hilariante como a vida é feita de infindáveis coincidências e desencontros. Acabo sempre por me sentir atraído por quem não sente o mínimo de química que seja por mim, quanto mais pedir sentimentos para além disso.
Invariavelmente, uma e outra vez… chega a ser hilariante…e a mim não me dá vontade nenhuma de rir.

Este sou eu,
figura miserabilista do quotidiano
que tenta perder-se nas multidões.
Amontoado de remendos gastos,
dispostos sem razão e sem sentido,
sem utilidade e sem sabor.
Este sou eu,
resíduo tóxico de sentimentos,
lixo ambulante de ideias inúteis,
le imagens invisíveis e incolores.
Este sou eu,
ser patético que ri sozinho,
na solidão que me é inerente.
Vazio de silêncios,
oco de emoções.
Este sou eu,
pedaço infindável de nadas.




quarta-feira, novembro 07, 2007

Abordagem

- Deves ter muito mau feitio, não…?
- Hã!? Eu??
- Sim, uma mulher assim tão bonita e espectacular como tu. Estar aqui sem namorado ou sem ninguém à volta a tentar meter conversa contigo… por alguma razão tem de ser.
- É a tua vez, pelos vistos…

(após uns minutos de silencio e de indiferença)

- Casa comigo, vamos criar família e ser felizes o resto dos nossos dias. Ou então esquece o “casa comigo” e vamos ao resto.

- Estás maluco ou bêbado? Se nem te conheço de lado nenhum!!
- Ok, tens razão. Se queres começar por aí… eu sou o Henídio, e tu como te chamas…?


Imagem de .R.





terça-feira, novembro 06, 2007

Outonos de sol


As folhas mortas caiem sobre o meu corpo deitado no chão frio. Tento escutar o que mundo tem para dizer, os seus conselhos. As folhas, essas, tentam sugar-me a vida pelos poros da pele, em vão. O mundo é feito de ciclos, muitos deles viciosos, que se repetem até à exaustão, ao delírio e loucura, não se fazendo deter, nem ao som do mais libertador grito de revolta… é um ciclo vicioso sem fim.
O processo de renovação - ou de reciclagem, como alguns gostam de lhe chamar – não passa disso: um despertar tardio para a realidade e uma necessidade de distância que torne suportável o encarar da realidade à qual temos de nos resignar. E a partir daí voltar a construir refúgios, caminhos alternativos e defesas que antes não tínhamos… como que um resumirmo-nos à nosso ínfima insignificância, da qual apenas tomámos conhecimento há instantes atrás, uma insignificância ainda menor do que aquela que já nos tinha atormentado, quando o ciclo se reiniciara, na vez anterior a esta.

“Atormentas-me. És feita tempestade que revoluciona tudo em mim. Perco a concentração e esqueço-me o que estava a fazer, dizer ou pensar. Fico com os sentidos trocados e os movimentos fazem-se sem que os consiga controlar e parecem perder a precisão. És furacão que aparece de rompante pela minha vida adentro e vira tudo de pernas para o ar, e quando penso que já passou, quando penso que finalmente vou ter alguns instantes de acalmia, lá estás tu, ou a tua voz… ou a simples impressão de que possas aparecer ao virar de uma esquina… e volta tudo ao inicio. Não é que goste de andar à tempestade, mas detesto andar de guarda-chuva... e o resultado é mais que óbvio.”

Quando conseguir escrever o último parágrafo no passado é bom sinal… é sinal que o ciclo chegou ao fim. Que estarei bem comigo mesmo, finalmente… ou que estarei prestes a cair, outra vez, com tudo o de bom ou de mau que isso possa acarretar.






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