segunda-feira, abril 27, 2009

[Rootless Tree (live from the basement)]
Um pouco de egoísmo

A vida é feita de interpretações erradas e muitas delas acabam por não ter consequência alguma.
“Estás um bocado em baixo, hoje. Que tens?”, perguntaram-me hoje.

Prontamente respondi: “não tenho nada de especial”.

A pessoa virou costas e continuou a sua vida, como se eu tivesse apenas insinuado que estava tudo normal ou pura e simplesmente me tivesse esquivado a responder a tal pergunta, como seria de esperar.

Eu fiquei a pensar o resto do dia em como tinha conseguido numa frase, curta e rápida, dizer tudo. E disse tudo… não tenho nada de especial…
Talvez nem eu estivesse à espera de uma resposta tão sincera e completa…



Admirem a próxima música pelo que ela é: uma excelente melodia, que nesta versão atinge píncaros de sentimento e entrega.
É Damien Rice pela segunda vez neste blog, desta vez com a musica Rootless Tree, na versão Live from basement. Bem melhor que a versão lançada originalmente, na minha opinião.

Esta é a parte egoísta do texto. Como disse, admirem a música pelo que ela é. E não se preocupem com a mensagem da sua letra. Está neste blog como uma mensagem para mim, apenas e só isso. Não é nada contra vocês.

Rootless Tree (live from basement) - D.Rice


What I want from you
Is empty your head
They say be true
Don't stain your bed
We do what we need to be free
And it leans on me
Like a rootless tree

What I want from us
Is empty our minds
We fake a fuss
And fracture the times
We go blind
When we've needed to see
And it leans on me
Like a rootless...

And fuck you
And all we've been through
I said leave it,
It's nothing to you
And if you hate me,
Then hate me so good that you can
Let me out, let me out,
Let me out of this hell when you're around
Let me out, let me out,
Let me out of this hell when you're around
Let me out, let me out , let me out

What I want from this
Is learn to let go
No not of you
Of all that´s been told
Killers reinvent and believe
And this leans on me
Like a rootless...

So fuck you,
And all we've been through
I said leave it,
It's nothing to you
And if you hate me,
Then hate me so good that you can
let me out, let me out,
Let me out of this hell when you're around
let me out, let me out,
Let me out of this hell when you're around
let me out, let me out,
Let me out of this hell when you're around
let me out, let me out, let me out (Repeat 4x)

And fuck you,
And all we've been through
I said leave it
It's nothing to you
And if you hate me
Then hate me so good that you can let me out
Let me out, let me out, let me out,
Cause it’s hell when you're around
Let me out, let me out,
let me out of this hell when you're around...

Let me out, let me out, let me out...
It's hell when you're around
Let me out, let me out, let me out...
It's hell when you're around

(Rootless Tree (live from the basement), Damien Rice)

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sexta-feira, abril 24, 2009

Eu sei que deveria meter um titulo, mas tenho andado sem imaginação nenhuma...

A noite era abafada e a sala limitava-se a respirar quatro pequenas velas que resistiam à escuridão, colocadas cirurgicamente, como se fossem os cantos de uma esquadria no tampo da mesa. Ao fundo soltava-se, quase imperceptível, o melancólico e calmante som dos Portishead. Tão baixo que a voz melodiosa de Beth Gibbons não conseguia interromper a nossa conversa.

Fazia-se tarde.
A noite avançava de forma inapelável, por muito que a quisesse impedir. As velas iam mantendo a temperatura da conversa, e a garrafa de vinho que se esvaziava lentamente ia servindo de combustível para o queimar da chama. Esse mesmo vinho por vezes parecia querer aquecer a conversa, mas que a escuridão em volta impedia que esta alcançasse temperaturas sem retorno… impedia que a sala pegasse fogo, sob a forma de dois corpos entrelaçados.

Ainda tinha alguma dificuldade em acreditar que estavas ali, à minha frente, a sorrir. E pouco me importava com o que se passava lá fora. A musica seguia maravilhosa, e o teu rosto perfeito iluminado a meia-luz fazia esquecer tudo o resto. Aquele pequeno e efémero momento era o que iria perdurar na minha memória… aquele sorriso que permaneceu desenhado na tua face após uma gargalhada que não conseguiste disfarçar... que te esqueceste de disfarçar…

E eu não consegui esconder o sorriso pateta que me provocaste, ao mesmo tempo que te despia com a mente, que te beijava com os olhos, que te acariciava com as palavras… e tudo era tão normal, como se tivéssemos sido feitos assim, para nos sorrirmos um ao outro.
E os sorrisos, esse sinal universal de felicidade – mesmo que extemporânea – faziam-se eternos, tomavam a sua forma mais completa e nunca mais seriam desfeitos…

As palavras…
…as palavras mais não seriam que um momentâneo artefacto, usado de tempos a tempos, com um único e bem definido objectivo: viver um momento de cada vez sem dar importância a mais nada.
Como se tivéssemos nascido para que o passar do tempo fizesse sentido naquele lugar, naquele nosso pequeno mundo ali montado.


Tinha prometido a mim mesmo, vezes sem conta, que ia cuidar mais de mim, que ia ter mais cuidado comigo. Durante semanas, meses, fui construindo defesas e barreiras para me precaver, para me defender da derrocada inevitável que viria um dia a acontecer. E durante esse tempo prometi que não escreveria novamente sobre ti, não que não sejas merecedora de tal devoção – e sim, a minha devoção a ti é completa, sobre isso nunca tive duvidas… - mas, se deixasse de escrever sobre ti, talvez facilitasse a tarefa à qual me tinha obrigado.

Agora vejo as defesas caírem, umas atrás de outras, e não encontro maneira de o impedir. Vejo as barreiras a ruírem como um castelo de areia invadido pela inapelável força da maré e não passo de uma criança que chora o desaparecer do seu castelo, enquanto me tentam explicar que posso sempre construir outro igual, ou outro melhor... porque a maré há-de sempre subir e descer… e que, enquanto houver vontade e querer, os castelos erguer-se-ão… uns atrás dos outros…

Agora as lâmpadas não se acendem e as velas consumiram-se até ao esgotar do oxigénio… …agora a escuridão venceu e prevalece intransponível…
…e mesmo assim, no escuro breu da noite eterna que me persegue, ainda espero encontrar de novo o teu sorriso.




terça-feira, abril 21, 2009

Punchline




"...don't wonder why people go crazy, wonder why they don't."

(ouvido hoje, na televisão)




sexta-feira, abril 17, 2009

Afinal era outra!!!

Aqueles que me conhecem bem, e que sabem o dia em que faço anos, já me devem ter ouvido falar várias vezes de uma publicidade em particular.

Descobri hoje que "afinal era outra", como diz o titulo deste texto. Afinal essa publicidade não era da Combal(*) mas sim da Frinaranjus(*).
Era a celebre publicidade dos "seios da Sónia".

Para as pessoas que já estão a pensar "lá está o tarado outra vez!" quero advertir que sim, tenho as minhas taradices, mas a historia dos seios da Sónia têm uma razão de ser.
Toda a gente provavelmente gosta de relembrar a quantidade de pessoas que conhece e que façam anos no mesmo dia.

Pois bem. Dá-se o caso que a rapariga que aqui faz de Sónia tem a curiosidade de fazer anos no mesmo dia que eu. Aliás, nasceu precisamente no mesmo dia que eu, mas 12 horas antes de mim.

"E como sabes isso?" - perguntam vocês.
Ok, não perguntam mas eu respondo à mesma. A rapariga foi da minha turma entre a 2ª e a 4ª classe, na escola primária do Montenegro, e aquele era o único dia em que havia 2 bolos de aniversario para comer, na aula.

Aqui fica o vídeo da publicidade em questão, para relembrar os seios da Sónia.
Perdão, da Marlene!



(*) - estes nomes foram criados a partir do nada, em substituição dos verdadeiros nomes das marcas em questão (e que são infinitamente dispares destes agora por mim inventados - a partir do nada, volto a frisar), para não ser acusado de estar a fazer publicidade.




quarta-feira, abril 08, 2009

Mais tempo e espaço perdido



Paixão, segundo um pobre indefeso

Tentei entender o significado de paixão,
Essa coisa que se mistura com amor.
Por vezes confunde-se com maldição,
Por vezes é apenas o que for.

Por vezes não é mais que atracção,
Vontade que não se sabe de onde vem,
Como uma vertigem, um acelerar do coração
Que nunca se sentiu por mais ninguém.

É ter prazer numa coisa que faz sofrer,
Desejo que não se consegue concretizar.
É um querer mais do que se pode ter,
É pedir tudo a quem nada nos quer dar.

É uma vontade irracional de se querer bem
E o porquê nem ao certo se saber.
…a magia de, por fim, se encontrar alguém
É só um desencontro prestes a acontecer.


....................Nelson Gonçalves (8/4/2009)




quinta-feira, abril 02, 2009

...actualização



Sem grande vontade de escrever e a imaginação também não está a dar para mais.
Os tempos são um bocado apertados, por causa de prazos no trabalho.

Para ajudar à festa, os últimos dias têm sido bastante mal dormidos. Parece que uma praga se alojou no meu quarto. Já dei voltas e mais voltas ao sitio, limpei, aspirei, voltei a limpar, "insecticidizei", voltei a limpar... e nada.
Todas as noites a mesma coisa.... uma comichão que não se pode. Bem tento me concentrar em dormir, mas é complicado. De manhã (ao acordar mal disposto e mal dormido por causa do Samba Pa Ti que o despertador toca nos momentos em que eu finalmente dormia alguma coisinha de jeito) não há sinal de picadas, mordeduras ou outra coisa qualquer.

Acho que vou largar uns quilos de napalm dentro do meu quarto a ver se o que quer que esteja a habitar lá (para alem de mim, claro) desaparece...






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