terça-feira, abril 29, 2008

Má que jêtes, mó?



Com tanto órgão no corpo humano, porque carga d'água só um é que é baço? Querem lá ver que os outros são mais limpidos ou espelhados, não?
Cá para mim parece-me um caso flagrante de discriminação atentatória do bom nome de certos órgãos humanos... e desumanos, até!

PS - acho que vou tentar meter ali na barra lateral um sub-menu de labels... o mais certo é dar barraca, por isso, se este blog der o berro, não se preocupem, não se perde nada de jeito.




terça-feira, abril 22, 2008

Os "sinais" são apenas mentiras que contas a ti próprio



Nunca a hora de ponta parecera tão longa.
Filas intermináveis de carros quase a perder de vista e ainda nem a ponte se encontrava ao alcance do olhar. E o sol abrasador queimava a pele, como se de um fósforo aceso encostado a uma vela se tratasse. O tempo passava e nada de novo, apenas um pequeno movimento de meio metro a cada cinco minutos que passavam.
À frente, numa station wagon cinzenta novinha em folha, um casal tentava manter em sossego os dois irrequietos filhos no banco de trás, cada um com não mais que 5 ou 6 anos de idade. E o esforço dos pais mais não era do que em vão. No carro ao lado, um homem já com alguma idade, de cabelo grisalho com abrangentes entradas que se fundiam com as têmporas, mantinha a sua pose de médico ou advogado dentro do seu potente carro preto de vidros ligeiramente escurecidos, no calmo abrigo do seu ar-condicionado, enquanto reacendia o seu cachimbo de aroma certamente intragável.
No carro de trás uma rapariga nova, com os ombros descobertos perdidos no meio da sua blusa de alças, pele brilhante e cabelo moreno preso atrás com uns quantos rebeldes a caírem-lhe em volta da cara, numa manifestação dos seus caracóis a quererem deixar clara a sua existência.
Cada vez que ele olhava pelo espelho retrovisor decorava um novo detalhe naquela rapariga, e a cada olhar seu ela parecia corresponder com um sorriso que se confundia entre o inocente e o maroto, mas era difícil passar pelos óculos escuros que faziam de fortaleza para os olhos dessa rapariga e não conseguia saber se esse sorriso era para si. Uma e outra vez olhava pelo espelho e o cenário repetia-se. Até ao momento em que ela tirou os óculos e não havia como enganar, afinal ele era mesmo o destinatário daquele ininterrupto sorriso que se misturava com o brilho intenso do sol sobre a chapa quente de algum dos carros em redor.
Desprendendo-se do espelho virou-se para trás, para olhar directamente para aquela bonita rapariga que lhe sorria daquela maneira, no meio das filas da hora de ponta…
…e nunca a hora de ponta pareceu tão longa.

Ela então limpou o para brisas… não. Estava afinal a acenar-lhe e como resposta viu-lhe pela primeira vez o sorriso estampado na face dele, coisa que não conseguira fazer através do espelho pelo qual apenas lhe via a zona dos olhos. Ele acenou de volta.
Através de gestos tentou dizer-lhe um número mas falhava sempre algum dígito. Embaciou o vidro e desenhou os números ao inverso, de modo a que ele percebesse, mas a força do calor fazia com que os números desaparecessem antes que ele os conseguisse ler. Ao ver as tentativas dela se frustrarem e decidido a não deixar passar uma oportunidade como esta não esteve com meias medidas e ali, no meio de trânsito em apitos infernais, no meio da hora de ponta, saiu do carro e foi em direcção a ela. Durou pouco tempo, nem precisava durar mais, ela deu-lhe um cartão comercial, com o nome e número pessoal, e ele voltou para o carro enquanto ela dizia “fico à espera”.
Chegado ao carro, pegou no telemóvel e… não tinha bateria. Neste momento a fila começa a avançar avidamente, sem dar tempo para grandes reacções e no meio de toda a confusão outros carros de pessoas mais impacientes se colocaram entre os dois carros de enamorados.
Ao chegar à portagem, e no meio da sua habitual atrapalhação, em vez de dar o talão de pagamento deu o cartão com o nome e numero dela, que ao ser-lhe devolvido, qual testemunho falhado numa final olímpica de estafetas, acabou por cair, saindo a voar com o vento e perdendo-se para sempre…

…e nunca a hora de ponta pareceu tão longa.




quinta-feira, abril 17, 2008

!



Porque estou farto!
Porque estou farto e cansado!
E porque... porque nem sei que mais dizer... porque... porque é sempre assim.

F.........!



Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise.

Blackbird singing in the dead of night
Take these sunken eyes and learn to see
All your life
You were only waiting for this moment to be free.

Blackbird fly Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird fly Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise
You were only waiting for this moment to arise
You were only waiting for this moment to arise.


(Blackbird, dos Beatles cantada por Sarah McLachlan)

PS - a foto que era para acompanhar este post está aqui, mas visto que o autor não a disponibiliza para "postar" em blogs tive de escolher outra

Agora vou clicar no play e ficar a ouvir... pode ser que ajude.




domingo, abril 13, 2008

Exercicio interessante



Este é um excerto de uma musica dos The Smiths, que reencontrei há uns dias acidentalmente e que me pôs realmente a pensar e a tirar as minhas conclusões. As conclusões que tirei não foram mais que as seguintes: há realmente alguem a escrever sobre a minha vida, por vezes com uma dose exagerada de sarcasmo.

If you're so funny
Then why are you on your own tonight ?
And if you're so clever
Then why are you on your own tonight ?
If you're so very entertaining
Then why are you on your own tonight ?
If you're so very good-looking
Why do you sleep alone tonight ?
I know ...
'Cause tonight is just like any other night
That's why you're on your own tonight

(excerto de I know its over, The Smiths)

...cada um que tire as suas conclusões.




quinta-feira, abril 10, 2008

Três letras


Hoje é um desses dias em que tenho a sensação que nada me resta, que nada me serve. E que a única coisa que posso pedir-te são três letras…
Não precisas parar para conversar, muito menos sorrir se tal não te apetecer.
Mas sem essas três letras o tempo arrasta-se por mim como se não tivesse fim e sinto-me encarcerado nesta solitária com a certeza de que a minha punição está longe de ser cumprida. Por isso preciso de alguns momentos de ilusão, para conseguir suportar o passar dos dias nesta jaula deserta a que se convencionou chamar de vida. Preciso dessa ilusão para continuar a sobreviver mais algum tempo, enquanto a esperança não lança o seu ultimo suspiro e se entrega definitivamente ao destino.

E passas por mim uma e outra vez como se eu fosse invisível… como se eu não existisse… como se eu não te estivesse a pedir nada…
E, no entanto, tudo o que te posso pedir nestas alturas não é mais que um mísero “olá”.




terça-feira, abril 08, 2008

(Des)conversas (des)conexas



- Tens cara de quem quer um cão…
- Qual quê, todos os fins de semana apanho uma cadela, não preciso de mais animais.

--#--

- Grande manta que aquele tem em cima…
- Oh mãe, aquilo não é uma manta, é um casaco!

--#--

- Ena, o gajo vem cá com uma osga em cima!!
- Não quero animais desses cá em caso que tenho nojo!


Dia produtivo no trabalho, que ainda deu para ouvir algumas historietas. (quem acertar qual a minha frase tambem não ganha nada, porque é demasiado facil)




sábado, abril 05, 2008

Um tema já focado aqui


A minha irmã enviou-me um e-mail muito interessante que, no meio da introdução histórica e após alguns pequenos testes, rezava assim:

"O daltonismo pode representar uma vantagem evolutiva sobre as pessoas portadoras de visão normal, tal como foi descrito num artigo publicado pela BBC Online.

Uma pesquisa feita por cientistas da Universidade de Cambridge demonstrou que algumas formas de daltonismo podem, na verdade, proporcionar uma visão mais aprimorada de algumas cores:

Durante a 2ª Guerra Mundial descobriu-se que os soldados daltónicos tinham mais facilidade em detectar camuflagens ocultas na mata.

Os daltónicos possuem uma visão nocturna superior à de uma pessoa com visão normal.

Eles também são capazes de identificar mais matizes de violeta do que as pessoas com visão normal.

A maioria dos daltónicos não sabe que possui esta anomalia.

A percepção das cores varia muito de uma pessoa com daltonismo para outra.

O pintor Vincent van Gogh sofria de daltonismo.

A incidência de daltonismo é maior entre os descendentes de Europeus.

Os daltónicos vêem, em média, entre 500 a 800 cores.

Normalmente as cores predilectas de quem tem esta alteração genética são o azul ou roxo, por serem cores vivas.

Para os daltónicos o arco-íris não possui 7 cores."



E isto levanta-me uma série de questões antigas:
- violeta? mas aquilo é igual ao azul!!
- roxo? mas aquilo é igual ao azul!!
- sete cores no arco-iris? o dia 1 de Abril já lá vai, não caio nessa...
- espero bem não perder uma orelha, apesar de tudo até gosto delas.
- já me tinham dito que as minhas visões eram melhores que as de outras pessoas, mas a isso chama-se alucinações, disseram-me um dia...

Obrigado pelo mail, mana. :)




terça-feira, abril 01, 2008

Porque hoje é um dia especial

Sou feliz.

(até posso dizer "bom dia" sem sentir remorsos por mentir)





Muros e mais muros e ninguem para os deitar abaixo


Não tenho grande coisa para escrever, nestes dias que correm.
Ainda estou meio atordoado com a semana que marcou o retorno àquilo que está destinado para mim. Depois de um breve e isolado momento em que me foi permitido vislumbrar o que seria a vida se tudo corresse como se sonha, regressou tudo à velha forma, que sempre me pareceu descabida, mas que parece não ter volta a dar.
Não deviam ser dadas estas oportunidades de saborear um pouco mínimo de paraíso para depois retirá-lo de forma abrupta, sem razão ou explicação. Fica um amargo, não na boca, mas no peito, que se confunde com um vazio impossível de colmatar.
É injusta tamanha crueldade com alguém que nada fez de mal à humanidade, a não ser ocupar um bocadinho de espaço e gastar um pouco de oxigénio sem ter pedido licença para tal.
E a espera por outro momento de paraíso que nem se sabe se vai voltar a acontecer é por demais insuportável, parece tirada de um qualquer filme de suspense, daqueles de tirar a respiração e deixar-nos colados à espera de algo que apenas se insinua e nunca se chega a ver…

Por isso deixo aqui outra musica, repetindo o magnifico Otis Redding, desta vez com uma esplendorosa definição de como That’s how strong my love is. A musica é de 1964 mas esta versão foi gravada em 1965. Não é um original de Otis Redding, mas esta é sem duvida a melhor versão que alguma vez se ouviu dela.
A letra está logo por baixo, como não podia deixar de ser, nestes casos.



If I was the sun way up there
I'd go with love most everywhere
I'll be the moon when the sun goes down
Just to let you know that I'm still around

That's how strong my love is, oh
That's how strong my love is,
That's how strong my love is, baby, baby,
That's how strong my love is.

I'll be the weeping willow drowning in my tears
You can go swimming when you're here
I'll be the rainbow when the sun is gone
Wrap you in my colors and keep you warm

That's how strong my love is, darling,
That's how strong my love is, baby,
That's how strong my love is, oooh,
That's how strong my love is.

I'll be the ocean so deep and wide
I'll get out the tears whenever you cry,
I'll be the breeze after the storm is gone
To dry your eyes and love you warm

That's how strong my love is, baby,
That's how strong my love is,
That's how strong my love is, darling,
That's how strong my love is,

That's how strong my love is, so deep in,
Well, that's how strong my love is
So much love, yes so much love, oohh,
Yes so much love, yes so much love,
Anything that I can do, I'll be good for you,
Any kind of love you want, I'll be with you....

(That's how strong my love is, Otis Redding)






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