terça-feira, outubro 30, 2007

Israel Kamakawiwo'ole

Não tenho tido grande coisa para escrever.
Apesar de me ter remetido ao meu cantinho para tentar parar de pensar por um bocado, não consegui. As ideias parvas fluem à minha mente com a mesma inevitabilidade com que as aves migram em busca de lugares mais acolhedores, mais quentes. Tenho me recusado a transpor essas ideias para o papel. Com esta idade e com a experiencia acumulada que deveria ter continuo a levar chapadas de luva branca, a dar os trambulhões que volto vezes sem conta a prometer a mim mesmo não dar, mas parece impossível desviar-me desse choque frontal que se pressente a cada risca de estrada que se faz em contra-mão.
Depois… depois é o tempo de desacreditar novamente, o resignar a um destino que segue imperturbável e indiferente aos pedaços de coração que nos são arrancados à força, como se fossem mãos esfomeadas a arrancar pedaços de pão…
A resignação acaba sempre por ser a salvação... até ao próximo momento de desatenção em que queremos fazer crer a nós próprios que as coisas até podem ser melhores, que a alegria até é alcançável. E depois dá-se o trambulhão, o tropeção… a chapada que nos acorda para a vida real. E eu agora quero é continuar aqui no meu canto, a tentar não pensar demasiado… até a resignação me voltar a dar forças para sair de cabeça baixa, a fixar única e exclusivamente os meus passos para não tropeçar tão depressa, desta vez.




A esta altura talvez já se tenham perguntado o que é que aquele titulo tem a ver com este texto. Pois, não tem nada. Nem tem nada ver com o país da Ásia menor (ou Europa, como alguns querem fazer crer).
Esta quinta-feira, em Faro, tive a oportunidade de admirar um dos mais perfeitos e maiores arco-íris que alguma vez tive a sorte de presenciar… e eu sem a minha máquina de fotografar… peguei no carro e pus-me a caminho de casa, virando-lhe costas e a pensar… demasiado, novamente.

Israel Kamakawiwo'ole era um cantor havaiano, muito querido no seu país, por ser reconhecidamente um excelente ser humano. As suas músicas por norma falavam de amor e amizade, mantendo a tradição cultural do seu país. Alguns vídeos podem se encontrar no youtube, onde se podem ouvir algumas dessas músicas típicas havaianas.
Morreu em 1997, com 38 anos, de complicações respiratórias fruto da obesidade mórbida que o afectava.
A música que aqui fica é uma excelente mistura do Somewhere over the rainbow e do What a wonderful world, acompanhado apenas pelo seu ukulele. Podem não conhecer o nome, mas certamente já ouviram excertos desta versão nalgum filme, numa série ou mesmo em alguma publicidade. Assim que carregarem no play ficarão a saber que sim, que é verdade, conhecem a música mas não faziam ideia de quem seria (pelos menos a maioria de vocês).

A letra como não podia deixar de ser está já aí a seguir.



Somewhere over the rainbow
Way up high
And the dreams that you dreamed of
Once in a lullaby ii ii iii
Somewhere over the rainbow
Blue birds fly
And the dreams that you dreamed of
Dreams really do come true ooh ooooh
Someday I'll wish upon a star
Wake up where the clouds are far behind me ee ee eeh
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney tops thats where you'll find me oh
Somewhere over the rainbow bluebirds fly
And the dream that you dare to,why, oh why can't I? i iiii

Well I see trees of green and
Red roses too,
I'll watch them bloom for me and you
And I think to myself
What a wonderful world

Well I see skies of blue and I see clouds of white
And the brightness of day
I like the dark and I think to myself
What a wonderful world

The colors of the rainbow so pretty in the sky
Are also on the faces of people passing by
I see friends shaking hands
Saying, "How do you do?"
They're really saying, I...I love you
I hear babies cry and I watch them grow,
They'll learn much more
Than we'll know
And I think to myself
What a wonderful world (w)oohoorld

Someday I'll wish upon a star,
Wake up where the clouds are far behind me
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney top that's where you'll find me
Oh, Somewhere over the rainbow way up high
And the dream that you dare to, why, oh why can't I? I hiii ?




segunda-feira, outubro 22, 2007

Para quê....?


Sinceramente não me lembro se já tinha colocado esta musica aqui no blog ou não... e não estou com grande vontade de ir procurar isso.
Mas depois de uma semana que foi demasiado longa, demasiado turbulenta (não quero usar a palavra "má" porque algumas pessoas poderiam interpretar mal) faz todo o sentido ouvir esta musica algumas vezes seguidas para tentar acreditar que depois da tempestade vem a bonança... pode demorar (e está a demorar demasiado) mas há de passar... há de passar...

Dire Straits neste blog outra vez. Agora que se sabe que Mark Knopfler vai voltar a Portugal a 4 de Abril (vou fazer todos os possíveis para não falhar, desta vez) e sendo eu um fã incondicional da sua musica, faz ainda mais sentido esta musica aqui... eu fico aqui no meu canto a tentar não pensar muito.
A musica é Why worry e o botão do play é no mesmo sitio do costume, ali do lado direito.
A letra está aqui a seguir, como de costume.


Baby I see this world has made you sad
Some people can be bad
The things they do, the things they say

But baby I'll wipe away those bitter tears
I'll chase away those restless fears
That turn your blue skies into grey

Why worry, there should be laughter after the pain
There should be sunshine after rain
These things have always been the same
So why worry now

Baby when I get down I turn to you
And you make sense of what I do
I know it isn't hard to say

But baby just when this world seems mean and cold
Our love comes shining red and gold
And all the rest is by the way

Why worry, there should be laughter after pain
There should be sunsh ine after rain
These things have always been the same
So why worry now

(Why worry, Dire Straits)




quarta-feira, outubro 17, 2007

Indiferença


Não uso as palavras, não as meço...
Porque acabo por dizê-las de rompante
Quando apenas aquilo que te peço
Não passa de um momento, um mero instante




segunda-feira, outubro 15, 2007

Sentado à secretária deserta


Cruzamo-nos e conhecemos pessoas especiais, que por serem tão espectaculares nos alegram o dia e nos fazem ver o mundo com outros olhos. Ficamos mais convencidos que alguns representantes da raça humana tem um dom que permite irradiar alegria e boa disposição à sua volta, bastando para isso juntar um olhar e um sorriso sinceros.
Porém, com a vivência natural de estar perto dessas pessoas , vamos deixando de reparar nesse dom e tomamo-lo como uma coisa normal, que só apesar de algumas pessoas o possuírem, quase se torna banal e não passa depois de apenas mais um pequeno pormenor, um ínfimo detalhe do dia-a-dia.
Depois...?
Depois cruzamo-nos e conhecemos pessoas especiais, com esse dom de fazer com que tudo parece tão fácil e atingível com um sorriso no rosto.
Obrigado por me lembrares que há gente especial com esse dom. Os dias ficam mais suportáveis, alguns até excelentes.
Estava a precisar de voltar a sonhar com a esperança e a crença inerentes à ideia da possibilidade de existirem dias alegres.




segunda-feira, outubro 08, 2007

"Órraite"

No dia 25 de Setembro a PF lançou-me um desafio que demorei a reparar nele (porque estive doente sem poder vir à net). Aqui fica então, com algum atraso, as minhas respostas ao desafio.

Olhos: castanho-esverdeados ou verde-acastanhados? (sou dáltónico...)
Cabelos: castanho...ou será preto? (já disse que sou daltónico?) ah, e com uma pelugem esbranquiçada a querer aparecer um pouco acima das orelhas
Altura: 1,72m
Ascendência: Portuguesa
Signo: Touro
Sapatos que estou a usar: pantufas (daquelas tipo pele de ovelha)
Fraqueza: tantas
Medo: que o céu me caia na cabeça e eu não tenha força para o segurar
Objectivos que gostaria de alcançar: (lamechas) encontrar aquele alguem mais especial
Frase que mais uso no Msn: órraite ou hoquei (neste mesmo inglês perfeito)
Melhor parte do corpo: a covinha que fazia na bochecha direita, quando era mais magro e sorria :P
Pepsi ou cola: Cola
MacDonald's ou Bob's: Mac (chicken natura sempre)
Café ou Capucino: Café (raras vezes)
Fuma: o fumo dos outros
Palavrões: f.... até perdem-se a conta a esses filhos da p..., c....
Perfumes: preferencialmente Scorpio
Canto: em qualquer lado desde que não me oiçam (isto quando sóbrio, atenção! :))
Tomo banho todos os dias: de mês a mês (os meses duram 24 horas, não é?)
Gostava da escola: preferia (e prefiro) carne grelhada
Acredito em mim: tem dias... outras vezes acho-me um grande mentiroso (quando escrevo para o blog, principalmente)
Tenho fixação com a saúde: nem por isso, e detesto hospitais, centros de saúde drogas (leia-se medicamentos)
Dou-me bem com os meus pais: tem dias que sim, tem outros dias que também
Gosto de tempestades: não
No último mês...
Bebi alcool: não pude, estive doente do "estombro"
Fumei: ninguem fumou perto de mim (se a proxima pergunta for o que eu estou a pensar acaba-se já o inquérito!!!)
Fiz compras: um portatil novinho e um modem/router para meter em casa
Comi um pacote inteiro de bolachas: nem uma...comeram todas e eu não pude
Comi sushi: felizmente não
Chorei: se as lágrimas que caiem enquanto se vomita contam, então sim
Fiz biscoitos caseiros: a cozinha faz-me falta, para quê estragá-la?
Pintei o cabelo: e eu lá faço disso? Deixem lá os meus cabelos brancos em paz!
Roubei: nada a ninguem (que eu tenha conhecimento)
Número de filhos: Zerenta... dizem que sozinho não resulta
Como quero morrer: rápido, sem dor e sem causar dor a ninguem
Piercings: nada disso
Tatuagens: nenhuma, mas há uma que ainda está em perspectiva, mas muito distante de se tornar realidade
Quantas vezes o meu nome apareceu no jornal: a partir de amanhã vou começar a contar...ou não... ou não.
Cicatrizes: algumas quedas de joelhos, uma no braço esquerdo de ter caído de costas em cima de uma roseira... e mais umas quantas
Do que me arrependo de ter feito: a lista era interminavel, por incrivel que pareça
Cor favorita: Vermelho... ou talvez encarnado, estou indeciso
Disciplina favorita na escola: matematica, seguido de inglês
Um lugar onde nunca estive e gostaria de estar: Papua Nova Guiné, Jamaica, México
Matutino ou nocturno: Nocturno, mas a gastroenterite obrigou-me a habitos que vou ter de desabituar outra vez :P
O que tenho no bolso: um lenço de papel com que assoei o nariz há uns dias... ou então estão vazios...hmm... é capaz de ser isso LOL
Em dez anos imagino-me: sei lá o que vou estar a imaginar daqui a dez anos sobre mim??!!??

Passar isto a quem...?
Já sei.
À Mikas, à Ana Fonseca, à Cata, à Rute CemRemos e à Inha.
Desenrasquem-se.




sexta-feira, outubro 05, 2007

Verão que sim... ou que não


Por vezes ainda penso em ti... daquela maneira que não queres. Por muito que eu não queira, mas será que não quero mesmo, ou estarei apenas a tentar enganar-me há tanto tempo assim?
Aquele pequeno canto em mim que há de ser sempre só teu por vezes expande-se e falta-me o ar... assusta-me pensar que isto poderia ser tudo teu...
Acaba por ser um novo tropeção, a cada descoberta nova que faço e ainda penso em como seria mostrar-te e compartilhá-la contigo como os amantes fazem. Mas acabo por não te ir procurar, nem posso nem sei se quero, realmente. Porque sei o resultado.
Sería como dar um passo à frente para dar cinco ou seis atrás, e depois voltava o constrangimento e o mal-estar sempre que nos cruzássemos e o céu não florisse como era suposto... ou como estava escrito no livro em branco da minha vida.
O céu fez-se negro e a luz recusa-se a entrar neste cubiculo... assim seja.
Que a escuridão me abraçe até ao sufoco final de quem não encontra céus floridos.
O Verão morreu numa manhã assim.




quarta-feira, outubro 03, 2007

Tangentes


Tangentes

...e quando te cruzas comigo
(ou serei eu que me cruzo contigo?)
é como se um mundo desabasse
e de contradições
se inundasse.

Como se um mar de chamas soltas
enfrentasse um mar de aguas revoltas:
e nem um se apagasse...
nem o outro se evaporasse.

...................Nelson Gonçalves (3/10/2007)




terça-feira, outubro 02, 2007

...and they all look just the same.


Agora que a gastroenterite viral aguda já me vai dando uma folgazinha, já me posso dar ao trabalho de mudar a musica deste estaminé, que já há muito não o fazia.
A musica é o "Little Boxes", cantado por Malvina Reynolds, versão esta da musica que serviu para o genérico de abertura da série um de Weeds, que passou às segundas-feiras na TV2 (só podia).

Não sei muito mais sobre a musica, nem estou com grande cabeça para ir procurar agora. Apenas sei que há pelo menos mais duas versões – Pete Seeger e Death Cab For Cutie – mas não faço ideia qual das três a original.
Sei que adoro a ideia da letra da musica, que foi muito bem aproveitada na série, e a sonoridade chega a ser engraçada.

Aí fica também a letra, é claro. E o botão do play é ali à direita, onde diz play, e passa a tocar esta musica.


Little boxes on the hillside,
Little boxes made of ticky-tacky,
Little boxes on the hillside,
Little boxes, all the same.
There's a green one and a pink one
And a blue one and a yellow one
And they're all made out of ticky-tacky
And they all look just the same.

And the people in the houses
All go to the university,
And they all get put in boxes,
Little boxes, all the same.
And there's doctors and there's lawyers
And business executives,
And they're all made out of ticky-tacky
And they all look just the same.

And they all play on the golf-course,
And drink their Martini dry,
And they all have pretty children,
And the children go to school.
And the children go to summer camp
And then to the university,
And they all get put in boxes
And they all come out the same.

And the boys go into business,
And marry, and raise a family,
And they all get put in boxes,
Little boxes, all the same.
There's a green one and a pink one
And a blue one and a yellow one
And they're all made out of ticky-tacky
And they all look just the same.

(Little boxes, Malvina Reynolds)






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