quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Louco diziam eles...
...se calhar têm razão

Às vezes dá-me para isto, nas noites de céu limpo. Às tantas de madrugada e no suposto regresso a casa, não virar à direita para depois fazer a rotunda à esquerda. Em vez disso, ir em frente e seguir até à praia, onde me deixo ficar no carro, sentado e de janelas fechadas a ouvir o som, das ondas que se desfazem, a tentar entrar no meu carro. Dá a sensação de ser lá ao longe, longe de mim que essas ondas morrem na areia da praia. Se me pedissem para identificar uma estrela que fosse, nem que fosse a estrela polar, não sería capaz. Nunca consegui memorizar uma unica que fosse. Podiam me ensinar, que ao voltar a olhar para o céu parecia que tinham sido todas baralhadas e não reconheceria nenhuma. Porém gosto de ficar tempos infinitos a olhar para o céu limpo e ver as estrelas, as constelações como que em formação militar, alinhadas de uma certa maneira treinada durante milénios.
Faz-me pensar que há coisas cristalinas e puras no Universo. Sempre permite enganar-me a mim próprio um pouco mais.


Isto tudo como introdução a uma musica dedicada a Vincent Van Gogh. A musica chama-se Vincent e é cantada por Don McLean e foi nº1 no Reino Unido a 13 de Junho de 1972.
Já sei, é calma demais para a maioria das pessoas, mas eu gosto de ouvir musica calma a maioria do tempo.
Aí fica a letra e o botão do play é ali à direita. Quem não quiser também não precisa ouvir, eu não obrigo ninguem a gostar.


Starry, starry night
Paint your palette blue and gray
Look out on a summer's day
With eyes that know the darkness in my soul
Shadows on the hills
Sketch the trees and daffodils
Catch the breeze and the winter chills
In colors on the snowy linen land

Now I understand what you tried to say to me
How you suffered for your sanity
How you tried to set them free
They would not listen, they did not know how
Perhaps, they'll listen now

Starry, starry night
Flaming flowers that brightly blaze
Swirling clouds in violet haze
Reflect in Vincent's eyes of china blue
Colors changing hue
Morning fields of amber grain
Weathered faces lined in pain
Are soothed beneath the artist's loving hand

Now I understand what you tried to say to me
How you suffered for your sanity
And how you tried to set them free
They would not listen, they did not know how
Perhaps, they'll listen now
For they could not love you
But still your love was true
And when no hope was left inside
on that starry, starry night
You took your life as lovers often do
But I could have told you, Vincent
This world was never meant
for one as beautiful as you

Starry, starry night
Portraits hung in empty halls
Frameless heads on nameless walls
With eyes that watch the world and can't forget
Like the strangers that you've met
The ragged man in ragged clothes
The silver thorn of bloody rose
Lie crushed and broken on the virgin snow

Now I think I know what you tried to say to me
How you suffered for your sanity
And how you tried to set them free
They would not listen, they're not listening still
Perhaps, they never will...

(Vincent, Don McLean)

Ía-me esquecendo de dizer que a imagem que enfeita este post, para quem não sabe, é um quadro de Van Gogh chamado Noite Estrelada (ou Starry Night, em inglês).





sábado, fevereiro 24, 2007

Ai não?! Porquê?


Pretenções

Adormeci sobre a luz do teu olhar que já não é meu.
Deixei que as pétalas fossem arrancadas de mim
e esperei que as estações passassem,
umas atrás das outras,
sem ordem concreta ou que se distinguissem.
As palavras desapareceram e os sons silenciaram-se lentamente
levitando à minha volta, na ansia de um suspiro
que incendiasse o inicio de um novo ciclo interminavel.
As sombras banharam-se na intermitencia de um batimento cardíaco,
na iminente fraqueza de desistir de se fazer ouvir.
Os dedos enrolaram-se, fecharam-se nas mãos
secas e amargas onde outrora percorreu o teu corpo.
A distancia agigantou-se e fechou-se sobre um espaço vácuo,
inócuo e sem sabor ao paladar dos sentidos.
Quando é que fecho os olhos para voltar a viver
onde nunca quis deixar de te ter?

...............Nelson Gonçalves (24/02/2007)




quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Isto não é uma pérola
é um camião inteiro delas

Vão por mim, metam o volume bem alto, até no máximo se for preciso. Não se vão arrepender (não, não é daquelas cenas para assustar as pessoas).





quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Uma máquina do tempo... isso é que era!

Queria saber como controlar o tempo.
Gostava de poder voltar ao passado, até ao preciso momento em que apenas fosse necessário dizer-te uma frase, a frase que sei que te dá a volta à cabeça, a frase que não disse quando devia. Acabei por dizer por outras palavras mas noutra altura, completamente fora de tempo, e agora fiquei preso a esta existencia sem sentido. Resignado a beber um copo com alguns amigos, olhar indefinidamente para o chão, para o tecto ou para uma porta que não se abre para o que eu quero. Resignado a conduzir de volta para casa sozinho, num mundo demasiado grande apenas para mim.





terça-feira, fevereiro 20, 2007

Quem havia de dizer...

...que afinal o teste online mais certeiro de todos se encontraria no site da Rádio Comercial?



Você é “You´re Beautiful” de James Blunt: você é dado a amores platónicos como os que se vêem nos livros. Tem uma tendência irresistível para amores impossíveis e para perpetuar paixões mantidas em segredo pela sua timidez e insegurança.




segunda-feira, fevereiro 19, 2007

É Carnaval, vai daí não é para levarem a sério... ok?

Nunca fui muito com a cara do Carnaval. Para falar a verdade, nos ultimos 15 anos não me devo ter mascarado mais que 2 vezes. Mas como sei que há muita gente por aí que gosta dessas coisas, deixo aqui um pequeno manual para uma fantasia muito simples e fácil de se usar. Assim que eu disser qual a fantasia já sei que vão todos pensar “Ah, isso é do mais fácil”. Pois é, mas quando se quer chegar à perfeição, quando não se quer falhar nos pequenos pormenores é preciso ser um bocadinho mais metódico e mais atento.

Assim sendo, aqui fica um pequeno manual para a fantasia de “electrocutado”.

Para já, não é preciso estarem encharcados nem de tomar banho. O cheiro que querem no resultado fica ao vosso critério (porco no churrasco ou lulas grelhadas, é ao gosto de cada um).
O primeiro passo indispensável é encher o cabelo de gel (não digo marcas para não fazer publicidade, mas há uns que depois de secos ficam com um aspecto esbranquiçado – tipo prato de esparguete extra-fino, sem direito a ketchup ou maionese).
Depois de bem untado com gel (o cabelo), é preciso agarrar um secador de cabelo (outro qualquer aparelho electrico terá resultados praticos satisfatórios, mas o secador de cabelo é reconhecidamente o mais eficaz e com melhores resultados).
Agora vem a parte mais peculiar, à qual as pessoas não dão muita importancia, e daí aquelas fantasias de “electrocutado” que não se parecem com nada.
Se se quiser o cabelo mais espetado para o lado esquerdo, há que segurar o secador com a mão esquerda e colocar a mão direita em água. Se se quiser para o lado inverso, troca-se o secador de mão e mete-se a outra mão dentro de água.
Para se ficar com o cabelo espectado uniformemente será necessário agarrar no secador com as duas mãos, erguê-lo sobre a cabeça e meter os pés dentro de água.

Desaconselha-se o uso de borrachas, da mesma maneira que convém que o secador esteja devidamente ligado à corrente electrica e a funcionar.

Há um outro metódo que permite que não seja necessária a posse de um secador. Trata-se do mundialmente conhecido “meter a lingua na tomada da electricidade” (muito em voga entre crianças com idades compreendidas entre alguns meses e os 3 ou 4 anos). Uma pequena advertência: este método provoca um efeito de "forte ventania frontal", sendo que o cabelo fica espetado mais para trás do que para cima.


Eu próprio decidi fantasiar-me, este ano. Vou de “gajo-que-fez-a-barba-esta-manhã”. Ainda estou a pensar se junto a fantasia de “electrocutado”, mas como não me dá garantias de que eu retome os sentidos a tempo de sair de casa para o Carnaval, talvez a deixe de lado.

Nota: agora entra a cena do wrestling... não tentem isto em casa (nem fora de casa, já agora). Não serei responsavel por qualquer tentativa frustrada do uso desta fantasia de Carnaval. Recuso-me a ser feito responsável se alguem tentar fazer isto e não consiga o efeito desejado no cabelo...




domingo, fevereiro 18, 2007

"E pó Crita" não vai nada, nada, nada....?


Sorri como se tivesses vontade de o fazer. Mostra ao mundo as tuas feições de felicidade, prova a ti próprio que consegues disfarçar a tristeza que te destroi por dentro e que podes enganar o mundo à tua volta. Ninguém tem nada com isso e ninguem se interessa, afinal de contas quem quer saber se és humano ou não?
Apetece-te desaparecer? Fá-lo com um sorriso e ninguem te pede as explicações que não deves a ninguem, que não queres dar a ninguem. Esconde-te na falsidade de um sorriso inventado sem sentido e o mundo em teu redor sorri de volta, sem questionar...
Se eu sorrio como se tivesse vontade de o fazer? Não, ainda não sou o hipócrita que tento e devia ser!




quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Se tivesse que escolher...


Se tivesse de escolher uma musica para "celebrar" o fecho deste blog a lista sería tão longa que tería muitas dificuldades em escolher um unica. Provavelmente acabaria por não colocar nenhuma.
No entanto esta era sem duvida uma das grandes candidatas. O The end dos Doors também sería uma forte hipótese, num timbre mais sorumbático. E o magnifico Lacrymosa, que tem como inspiração o requiem deMozart com o mesmo nome, mas cantado pelos Evanescence.
Lembro-me de ter descoberto esta musica em questão há uns anos atrás, quando fiz o download de uma actuação deles ao vivo num concerto magnifico (exactamente o que se pode ver aqui). Lembro-me de ter passado esse ficheiro a algumas pessoas que, tal como eu, ficaram maravilhadas com o poder das palavras e da mensagem desta musica.
É uma musica excelente para marcar o fecho das portas deste blog.
Não estou a dizer que seja o fim do blog. Mas ultimamente não tenho sentido qualquer vontade de escrever o que quer que seja. Se normalmente não gosto do que escrevo, então nas ultimas semanas detesto o que tenho escrito. As ideias andam todas à volta do mesmo, mas as palavras não se querem juntar de forma a que dê vontade de as escrever.
E faladas também não fizeram grande diferença, talvez já a denotar uma dificuldade em concentrar-me nas palavras sempre com os sentimentos a me toldarem as ideias.
Talvez escreva amanhã, talvez depois... talvez nunca. Não sei.

A musica aí fica, mas não em forma de despedida. Em forma de um "talvez até já".
Good Riddance (Time of Your Life) pelos Greenday, no botão do play, ali à direita.
Sei que gostas...


Another turning point, a fork stuck in the road
Time grabs you by the wrist, directs you where to go
So make the best of this test, and don't ask why
It's not a question, but a lesson learned in time

It's something unpredictable, but in the end it's right.
I hope you had the time of your life.

So take the photographs, and still frames in your mind
Hang it on a shelf in good health and good time
Tattoos of memories and dead skin on trial
For what it's worth it was worth all the while

It's something unpredictable, but in the end it's right.
I hope you had the time of your life.

It's something unpredictable, but in the end it's right.
I hope you had the time of your life.

It's something unpredictable, but in the end it's right.
I hope you had the time of your life.

(Time of your life, Greenday)




segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Colecções de ideias


Dou por mim aqui fechado, sentado e só. Parei-me a olhar para a tua fotografia e a pensar. A pensar em nada e em tudo ao mesmo tempo. A pensar como seria... ou como poderia ser, se tudo podesse acontecer, se tudo fosse possível.

Dou por mim a olhar para a tua fotografia. Estavas a olhar para mim como que a pedir por socorro, quase que em tom de pedido de desculpa por estarmos naquela situação, em dois cantos diferentes de uma mesma sala cheia de gente. Como se me chamasses para perto de ti e que te salvasse daquele momento. Enquanto eu desejava que fosses tu a me salvar de mim próprio.

Dou por mim a olhar para a tua fotografia e a tentar decorar todos os teus traços, as tuas formas e curvas. A tentar decorar tudo o que já sei, de cor e salteado.

Dou por mim a olhar para a tua fotografia e reparo como nunca te tirei uma fotografia. No fundo, estou a olhar para uma fotografia que não existe em lado nenhum do mundo a não ser na minha mente... onde tu estás gravada.




domingo, fevereiro 04, 2007

Algumas verdades nunca se dizem


O silêncio acaba por ser a mais cabal e definitiva resposta a perguntas que nunca se chegam a fazer, mas que pairam no ar.

A imagem inicial para este post era esta, mas infelizmente o dono da mesma não deixa postá-la (evidentemente, não era dificil meter a imagem, à mesma, mas preferi seguir os desejos do autor).






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