terça-feira, janeiro 29, 2008

Momento alto do fim de semana

(não, não me vou referir aos encontros imediatos e inesperados com a ex-futura-mãe-dos-meus-filhos – encontros, no sentido de nos cruzarmos)


Jantar de domingo à noite, na casa da “família adoptiva”, enquanto ao longe se ouvia qualquer coisa que se parecia com uns comentários ao jogo zbording – folcuporto. A meio da refeição…

(Junior) Monte, esticas o braço e chegas ao pão…

Eu, como fui razoavelmente bem educado, estiquei o braço e, efectivamente, constatei que chegava ao pão. Daí a minha resposta:
“Sim, tens razão. Estico o braço e chego ao pão.”

(não percebo porque se riram…)

(um dia sem net em casa. segunda-feira estranha. sempre deu para ver o excelente Hot Fuzz... sem companhia, claro)




segunda-feira, janeiro 21, 2008

Oblívio


Soneto ao esquecimento

Que se solte a voz num cântico insolente
Desenhando formas de sonho e de luar
E que no meio de tudo e nada se invente
Terra, fogo, agua e ar.

Que se cure toda a alma doente
E se revoltem as ondas no fundo do mar:
A luz pertence à gente que sente,
Quem não se entrega nem se deixa derrotar.

Que soem bem longe os ecos da vitoria
Louvando quem em voz alta exclama:
“eu não, não me deixei dominar pela fama!”

Em vão, inóspito esforço da luta inglória,
é grito murmurado que perdeu a chama
E não sabe porque luta, não sabe quem ama.

…………………….Nelson Gonçalves (21/1/2008)




Rastos


Nada à vista

Quem me diz o que é que ando a fazer?
O porquê das coisas que faço sem saber...
Porque deixo as pegadas neste caminho
Que pareço decidido a segui-lo sozinho?

Onde o tempo passa demasiadamente devagar,
Onde o horizonte e o céu se misturam no olhar.
O porquê de todas as coisas que faço sem saber
E não nego que essas coisas me fazem sofrer.

Olho à minha volta e não há nada à vista,
Uma alma caridosa que diga que eu desista.
Uma tabuleta ou um mapa para eu me guiar.
Aqui, onde o tempo passa demasiado devagar.

Talvez espere que volte de novo a ser dia
E então pedir ao sol que me sirva de guia.
E continuarei a deixar pegadas neste caminho,
Que não tenho remédio senão fazê-lo sozinho...

..........................Nelson Gonçalves (31/1/2001)




sexta-feira, janeiro 18, 2008

Para não pensar em desgraças


Se Finland é Finlândia, porque é que England é Inglaterra.
Sejamos coerentes, ou um é Finlaterra ou o outro é Englândia!

(podia dissertar sobre isto infinitamente, mas não estou com paciência para fazer todo o tipo de trocadilhos que podia extrair de mais esta ideia parva que tive)




quarta-feira, janeiro 16, 2008

Reduzo-me e resigno-me à minha insignificância
porque já é altura

Esta musica tem tanto para contar. Traz tantas memórias, lágrimas, sorrisos, lembranças, brincadeiras, encontros, noitadas, luares, guitarras, amizades, desamores... E a vontade de escrever sobre isso (ou fazer o que quer que seja) é nula.
Estou sem forças para nada. Estou cansado desta coisa que vejo no espelho e de lutar por algo que nunca estará ao meu alcance. E quando oiço esta musica faz-me lembrar o que sou e o que não posso deixar de ser, por mais que tente. Por isso, nem vou procurar uma imagem para ilustrar este texto. Deixo apenas a musica. Tudo o resto é indiferente. Nada muda, nada mudará. Por mais contas que faça à vida, a vida não conta comigo.

Creep dos Radiohead, na versão acústica, no player. E a letra também, a seguir.
radiohead - creep


When you were here before
Couldn’t look you in the eye
You’re just like an angel
Your skin makes me cry
You float like a feather
In a beautiful world
And I wish I was special
You’re so fuckin special

But I’m a creep, I’m a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don’t belong here.

I don’t care if it hurts
I want to have control
I want a perfect body
I want a perfect soul
I want you to notice
When I’m not around
You’re so fuckin special
I wish I was special

But I’m a creep, I’m a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don’t belong here.

She’s running out again,
She’s running out
She’s run run run running out...

Whatever makes you happy
Whatever you want
You’re so fuckin special
I wish I was special...

But I’m a creep, I’m a weirdo,
What the hell am I doing here?
I don’t belong here.
I don’t belong here.

(Creep, Radiohead)




segunda-feira, janeiro 07, 2008

life's a beach
...and we all have to swim in it


Desmedida

Débil, abatido, o espírito morreu…
Esfumou-se no ar, a alma desapareceu.
Os restos que ficam é esta velha carcaça
Decompondo-se ao ritmo do tempo que passa.
Desprendo-me sem dó dos momentos de lucidez,
Entrego-me inerte ao meu leito de vez,
Visto-me de imóvel, defunto deitado,
Não passo de um mero corpo finado.
Abandonado ao frio, entregue à minha sorte,
Esqueci-me da luz que me fazia forte,
Perdi-me novamente ao som da tua voz
No meio dos “nãos” que nos deixam mais sós.
Estranho desgosto, meio alucinado
Vou por aí andando sem ir a nenhum lado.
Não movo os pés, lacrados ao chão
Sou mais um derrotado, no meio da multidão
E o meu adversário de tão desmedida luta
É apenas a minha vida, essa “filha da…”

...................Nelson Gonçalves (07/01/2008)




quinta-feira, janeiro 03, 2008

"meiquing muviz"... ou
Abordagem v1.24 Beta


Abriu a porta, meio a medo. A sala estava vazia e pôde chegar-se ao balcão sem dificuldade. Pousou as mãos sobre o tampo de madeira contraplacado, tapada por uma cobertura em plástico branco, e prosseguiu:

- Bom dia…
- Bom dia.
- Tenho uma dúvida.
- E qual é a tua dúvida?
- Quero saber se é preciso apresentar algum documento, um cartão… ou mesmo preencher algum requerimento para poder fazer uma marcação.
- Não, não é preciso nenhum documento, nem nada disso.
- E quanto ao dia da marcação há problema ou tem de ser num dia específico.
- Bem, isso é uma coisa que depois tem de ser ver, se há vaga ou não. Queres fazer uma marcação, é?
- Sim. Quero marcar uma ida ao cinema contigo. Em que dia te dá mais jeito?






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