Em pressões diz e tais
Há sempre algo que fica por dizer... nem que esse “algo” seja mesmo “tudo”. No entanto já te desenhei vezes sem conta, com as palavras que se deixam escrever à velocidade do bater de um coração. Anda-se às voltas, à descoberta de novos lugares, na demanda de novos refúgios que abriguem a solidão mas acaba-se sempre por voltar aos mesmos sítios, onde em tempos se prendeu uma esperança devota a nada... o mesmo lugar-comum, onde persiste a miragem de que alguma coisa seja diferente de todas as outras visitas a esse planeta chamado “paixão”.
As promessas veladas que se fazem nos mais impróprios momentos de insensatez são sempre as piores, as mais inoportunas. Porque são as promessas que nunca se devem fazer e são as que nunca se chegam a cumprir.
Os inertes textos que não são lidos, porque não se dão a ler, são os que estão manchados de morte logo à nascença. Nascem sem propósito, sem alvo ou objectivo que lhes indique alguma razão para a sua própria existência... tal como as promessas vãs... condenadas.
Os refúgios que se procuram não são mais que fogo-fátuo tentando sobreviver à custa de um oxigénio que já não existe... em tempos oxigénio, agora nada mais que um amontoado de suspiros embriagados de desalento, como se fossem um aviso da ruína que se prepara para reinar sobre o mundo.
A promessa que se mantém cumprida é apenas uma: não dar vida às palavras que têm o poder de destruir tudo em seu redor, de uma só vez. As palavras que ninguém quer ouvir, vindas da boca de um qualquer desalinhado.
Essa... essa é a promessa que não se pode quebrar.
Porque essa é a promessa que me permite acordar sob o mesmo sol que te ilumina as manhãs... porque essa é a promessa que me permite continuar a sonhar.
...e o que seria deste insignificante mundo em que me fecho, se não fosse o fascínio que despertas em mim...