quinta-feira, abril 26, 2007

O que é demais não presta

Realmente eu devo ser mesmo "demasiado demais"...


O que nunca se perde (que me faz sentir pequeno)

Quis fazer de ti poesia viva, sonho ardente nos limites do irreal,
aurora luz da meia noite e vulcão a explodir sem igual.
Quis ser pintor de fantasias que cria em ti um sortido
de telas onde se perdem os dias e o tempo deixa de fazer sentido.
Provei o travo amargo dos pecados e o doce eterno dos teus beijos
que enviei em mil recados, repletos de amor, delicias, desejos.
Quis fazer de ti a princesa do meu reino só meu, minha solidão.
Quis prender a mim tua beleza sem saber que seria em vão.
Fiz de ti o pesadelo eterno do meu ser, a fonte da vida que não me deixa viver
e ao mesmo tempo a foice do demonio que de noite me impede de morrer.


..............Nelson Gonçalves (26/04/2007)




terça-feira, abril 24, 2007

Seis míseros pés de distancia


Não sou pessoa de começar a antever catastrofes sem factos que comprovem tal coisa. Normalmente sou quem tenta manter a calma enquanto se espera por novidades sobre alguma coisa que possa correr mal.
Desta vez está dificil... desta vez sou eu, é a minha saúde que me está a por em causa. E já não me sentia assim desde os meus 8 anos, quando me disseram que poderia ficar paraplegico. Afinal não era tão grave e limitei-me a passar 9 dias internado com gesso da cabeça até à cintura e um mês com uma das famosas coleiras cervicais. E passou.
Agora... agora quero tentar esperar pela visita ao médico e não desesperar com todas as noites não dormidas que me parecem esperar, até lá... se não deixar de respirar, entretanto ... como se já não bastasse tudo o que sou.
Pode ser que eu esteja enganado...
...e são só seis pés, seis míseros pés de distancia, pelo que dizem.

A musica que podem encontrar no botão do play, ali à direita, é dos Creed e chama-se One Last Breath.
A letra está já aqui por baixo, para quem loga a essas coisas.


Please come now I think I'm falling
I'm holding to all I think is safe
It seems I found the road to nowhere
And I'm trying to escape
I yelled back when I heard thunder
But I'm down to one last breath
And with it let me say
Let me say

Hold me now
I'm six feet from the edge and I'm thinking
That maybe six feet
Ain't so far down

I'm looking down now that it's over
Reflecting on all of my mistakes
I thought I found the road to somewhere
Somewhere in His grace
I cried out heaven save me
But I'm down to one last breath
And with it let me say
Let me say

Hold me now
I'm six feet from the edge and I'm thinking
That maybe six feet
Ain't so far down

Sad eyes follow me
But I still believe there's something left for me
So please come stay with me
'Cause I still believe there's something left for you and me
For you and me
For you and me

Hold me now
I'm six feet from the edge and I'm thinking

(One last breath, Creed)




sexta-feira, abril 20, 2007

Estórias de um quotidiano qualquer



Nabucodonosor e Polímnia são dois adolescentes contemporaneos, com acesso a todas as novas tecnologias que despontam. Nabucodonosor tem uma paixão pela Polímnia.
Conversa entre os dois ao telefone:

Nabucodonosor (Nabo, para os amigos): Olá, como estás?
Polímnia (Mnia, para as amigas): Quem és tu?
Nabo: Sou eu, o teu Nabo preferido...
Mnia: Não gosto de nabo!
Nabo: Sabes, hoje sonhei contigo e estavamos a fazer... coisas engraçadas, sabes...
Mnia: Não quero coisas engraçadas, comigo têm de ser coisas serias.
Nabo: Oh, se fosse na vida real podes crer que levava a coisa a serio.
Mnia: Para que quero eu coisas serias que não têm piada nenhuma...
Nabo: ???
Mnia: Olha, vou ter de desligar...hmmm... errr... caiu-me a orelha direita e não consigo ouvir!
Nabo: Usa a outra...
Mnia: Errr... olha, tás com azar, acabou de cair, tambem, vou ter de desligar.
*tuut*tuut*tuut*

Poucos dias depois, Nabo apanha Mnia no MSN.
Um_Nabo_ao_seu_dispor: oi, tás melhor das orelhas?
Polí_wants_a_cracker: não, estou pior e agora acabaram de me cair todos os dedos, já não vou conseguir conseguir teclar contigo
Um_Nabo_ao_seu_dispor: tás a falar a serio??
**Polí_wants_a_cracker seems to be offline**

As mulheres quando querem sabem ser umas... queridas.
Quando uma rapariga apela à lepra para se livrar de um rapaz… é altura dele abrir os olhos. Mas isto sou eu a dizer, que também não percebo nada dessas coisas.




quarta-feira, abril 18, 2007

Um pouco mais de coisa alguma


A dada altura da caminhada chegamos à conclusão que o trilho parece demasiado ingreme. Valerá a pena continuar a subir? A queda será imensamente maior, já diz o velho ditado... mas a vista...minha nossa, a vista faz valer a pena qualquer trambolhão, nem que venha a ser uma queda mortal.

As viagens às terras dos sonhos são sempre como luzes que se acendem dentro de uma pessoa... um despertar para a realidade, por mais inverosímil que possa parecer, uma vez que no fundo estamos mesmo a sonhar. A intrinseca referencia dos sonhos acaba sempre por ser a realidade. Os sonhos, por mais que se queira, acabam sempre por ter qualquer coisa de real neles. Sonhar para nos desligarmos da realidade... até que ponto? Os sonhos não foram feitos para se viverem, os sonhos foram feitos para criarmos objectivos inatingiveis de maneira a tentarmos evoluir para algo que nunca alcançaremos.

O meu objectivo era não fazer qualquer sentido, mas não estou a conseguir. Parece que estou a caracterizar aquilo que na realidade são os sonhos... afinal os sonhos fazem parte de uma realidade que não se vive, mas se é uma realidade que não se vive como pode ser alguma coisa de real...? Agora dei voltas a mais, nesta frase, e já nem sei se me estão a seguir o raciocínio... adiante, que tenho muito caminho pela frente.

Quando chegar a altura de voltar à realidade... desço ou atiro-me de um impulso? Ainda não pensei nisso, e fazê-lo a esta altura dos acontecimentos seria um desperdicio de tempo. Mais vale apreciar a paisagem que a terra dos sonhos me oferece. Por enquanto prefiro continuar a subir. Um dia, quem sabe, alguem me encontrará e me quererá puxar para baixo, de volta ao mundo real, ao mundo onde supostamente se vive. Se me desequilibrar e cair... só me resta esperar que alguem me agarre e que alivie a minha queda... ou então sonhar com isso durante a viagem até ao chão.




terça-feira, abril 17, 2007

Pensamento do dia (ok, ok... da noite)


“Vivo na imaginação aquilo que a realidade me nega.”

(por um pseudo-escritor deconhecido do grande público... e do médio também... e do pequeno público... bem, um punhado de gente vê isto, a maioria por engano, para ser sincero...)

Post scriptum - o autor desta imagem tem outras colagens muito interessantes. Para quem gosta, vão ver, cliquem no nome dele.




segunda-feira, abril 16, 2007

Artista não... artolas


O pouco de mim

Não tenho poemas para me declarar
nem sei escrever musicas para te as dedicar.
Não tenho esses dons com que os predestinados
fazem correr as artes aos quatro ventos
exibindo teu nome por terras distantes.
Sou apenas um ser do mais vulgar
que se limita ao que tem para te dar:
um par de braços que procuram por ti;
um par de pernas que teimam em me levar
na direcção do lugar onde possas estar;
dois pulmões que suspiram sem fim
pelo calor enebriante do teu sorriso;
um coração que pulsa incansavel
o teu nome em letras de sonho;
e dois olhos que só têm olhos para ti,
onde existe uma terra chamada paraíso.

............................Nelson Gonçalves(16/04/2007)




sexta-feira, abril 13, 2007

A evolução natural das coisas...


Crisântemo tinha tido uma vida bastante atribulada. Aprendeu a andar aos 4 anos e meio, quando teve altura para pular por cima da cerca que os pais lhe tinham construido (convenhamos que começar a "pular a cerca" com esta idade é obra...). Aos 7 anos já sabia dizer 3 palavras. O resto da infancia e a adolescencia não têm muita história, o tempo era dividido entre os andaimes e os pequenos furtos, à noite. Para tirar a carta de condução foram necessárias 28 tentativas, divididas entre 16 escolas diferentes, juntando 3 carros capotados e mais 12 irremediavelmente destruidos. Curiosamente o instrutor que o passou foi despedido 2 meses depois, acusado de "ilegalidades".
Com 24 anos, no dia em que largou a droga, a mãe ralhou com ele... “que faz esta farinha toda no chão da minha casa??” e obrigou-o a ficar de castigo em casa até fazer 28.
Agora... agora que tinha dado entrada no hospital, a familia ía chegando aos poucos, na esperança de ter noticias sobre a gravidade do seu estado. Entre conversas lá houve um que disse “ah, o Crisântemo era uma acidente à espera de acontecer”.
Nisto, após escarrar para o chão e enquanto puxava de mais um cigarro, a mãe respondeu, mantendo a postura e o tom calmo: “ó compadre, não fale do que não sabe... o acidente já foi há muito tempo atrás, mais exactamente 8 meses e 21 dias antes de ele nascer... maldito carteiro”.

Passado pouco tempo, o médico de serviço aproximou-se.
- Receio ter más noticias...

Um brilho reluzente foi visivel nos olhos da mãe (e do pseudo-pai) de Crisântemo, enquanto esboçavam uma ténue tentativa de não sorrir. E prosseguiu o médico:
- Não há nada que possamos fazer por ele, por isso poderão levá-lo já hoje.
- Mas... é grave, Sô Doutor? Nem os orgãos se aproveitam para vender...? – retorquiu o carteiro, que se encontrava ali ao lado e já menos animado com a perspectiva da perda de lucros.
- O Crisântemo sofre do Sindrome de Nel Monteiro...

Assim que o médico acaba de dizer isto, aparece Crisântemo, com uma farfalhuda carapinha em tom acastanhado, com a voz esganiçada e inconfundivel de Nel Monteiro, a cantar “há quanto tempo eu não comia um bife destes... um bife destes à portuguesa”.
A mãe, de repente, enche-se de lágrimas nos olhos, corre em direcção de Crisântemo e grita “o meu filho!!! O filho que eu sempre quis!!!!!”.

Ps - foi por muito pouco que o Crisântemo não se chamou Crisólito... porque o seu nascimento foi bastante insólito.




domingo, abril 08, 2007

Para quê dar mais voltas ao assunto?


A musica é de 1983, do album Uns. Cantado por Caetano Veloso (claro). A letra diz tudo, o botão continua a ser o mesmo, ali do lado direito onde diz play. "Você" é linda.

Fonte de mel
Nos olhos de gueixa
Kabuki, máscara
Choque entre o azul
E o cacho de acácias
Luz das acácias
Você é mãe do sol
A sua coisa é toda tão certa
Beleza esperta
Você me deixa a rua deserta
Quando atravessa
E não olha pra trás

Linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz
Você é linda
Mais que demais
Vocé é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim

Você é forte
Dentes e músculos
Peitos e lábios
Você é forte
Letras e músicas
Todas as músicas
Que ainda hei de ouvir
No Abaeté
Areias e estrelas
Não são mais belas
Do que você
Mulher das estrelas
Mina de estrelas
Diga o que você quer

Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz
Você é linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim

Gosto de ver
Você no seu ritmo
Dona do carnaval
Gosto de ter
Sentir seu estilo
Ir no seu íntimo
Nunca me faça mal

Linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim
Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz

(Voce é linda, Caetano Veloso)




sábado, abril 07, 2007

O processo destrutivo natural

Passaram alguns meses desde a ultima vez que me lembro de ter respirado. Talvez uns três meses, nem sei bem. Seria muito ou pouco tempo, para o comum dos seres humanos? Não sei, não faço ideia.
Ao longe, as nuvens negras avolumam-se no horizonte. Parecem chamar por mim com a certeza de um destino certo, que no fundo nem é coisa que sequer exista. À minha volta e sobre a minha cabeça sobrevoam os abutres do costume, as eternas sombras que se alimentam das misérias que permito que me consumam. São essas próprias sombras que me dizem que existe um sol. Dizem que o seu brilho deslumbra qualquer ser que se deixe apanhar desprevenido. Nunca o vi, nunca brilhou para mim. No fundo, praticamente todos os deslumbramentos são criados por nós próprios, sem darmos por isso, e eu... não me lembro da ultima vez que me deslumbrei.
No dia em que esse sol brilhar para mim, logo te digo o quão deslumbrante tu podes ser.




quarta-feira, abril 04, 2007

Limitado aos limites das limitações



Aos limites

Foste feita fumo branco
da fogueira das paixões arrebatadoras.
Deixaste-me intoxicado pelo teu olhar
que me tirava a respiração.
Aquecias o ar da noite mais fria que houvesse
e tecias um manto com o qual
tapavas todas as tristezas do mundo.
Mas como ar quente que eras, assim subiste,
ao ponto de te esfumares na noite escura,
para além do que a luz do fogo permitia ver.
E desapareceste-me de vista,
tal como o teu sorriso que se desvanece
em cada passo que dás para longe de mim.
Foste luz, calor, fogo que se tentou abraçar...
Foste limite impossivel de se alcançar.

...............Nelson Gonçalves (4/4/2007)




terça-feira, abril 03, 2007

Hey!

Não tenho tido grande vontade de escrever... verdade seja dita que também não me tem vindo qualquer ideia de jeito para escrever sobre o que quer que seja.
O tempo livre não é muito, agora com o trabalho. Tento não deixar de fazer certas coisas que costumava fazer, mas o tempo acaba sempre por escassear e talvez uma das coisas que mais se tenha ressentido tenha sido este blog.
Entretanto, em virtude dos dez quilos que quero ver se perco até ao Verão (missão impossivel, eu sei) aproveitei que os dias são mais compridos e que a temperatura está a ficar um pouco mais amena, e comecei a ir dar umas corridinhas (a juntar às partidas de futebol que jogo de tempos a tempos).
Por enquanto ainda custa muito. Foram muitos meses parado, e habituar-me a um corpo que nunca tinha pesado tanto torna as coisas mais dificeis.
No primeiro dia dessas correrias levei a máquina fotográfica (não dá jeito nenhum para correr, acho que não a torno a levar, quando for correr). Aqui ficam algumas das imagens que recolhi nesse fim de tarde.


















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