domingo, julho 30, 2006

Pandemia

A musica que se pode ouvir a partir de agora, no botão do play, ali à direita, chama-se Smile e é cantada por Nat King Cole. A letra é da autoria de John Turner e Geoffrey Parsons, e a composição da musica é uma criação de Charles Chaplin (sim, esse mesmo, o actor/realizador/etc).

Smile though your heart is aching
Smile even though it's breaking
When there are clouds in the sky, you'll get by
If you smile through your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You'll see the sun come shining through for you

Light up your face with gladness
Hide every trace of sadness
Although a tear may be ever so near
That's the time you must keep on trying
Smile, what's the use of crying?
You'll find that life is still worthwhile
If you just smile

That's the time you must keep on trying
Smile, what's the use of crying?
You'll find that life is still worthwhile
If you just smile


(Smile, Nat King Cole)




Hoje anda um sorriso estupido por estas terras. É um sorriso mesmo estupido, proveniente de uma alegria que nem se sabe bem qual a sua razão.
Deu-me para isto hoje.
Não é que tenha acontecido alguma coisa de especial para que assim aconteça. Mas hoje ando com um sorriso estupido na cara. Quase que me consigo imaginar com este sorriso estupido de orelha a orelha.
É um sorriso fora do normal, ainda mais estupido que o estupido sorriso que faço habitualmente e por natureza.E sei que este meu sorriso estupido já contagiou o sorriso, mais contido e menos estupido, a outras pessoas com quem me cruzei pelas ruas.

Hoje andei a espalhar sorrisos pela rua, e sorriam-me de volta. “Quem ri sem saber é parvo sem querer”, mas eu sei bem porque sorria... porque o mundo me sorria de volta.

Vá lá, sorri lá um bocadinho.
Sim, tu. Era para ti, que acabaste de ler este post. Pode ser um sorriso timido e quase imperceptivel, mas sorri... vá, que o sorriso estupido já sou eu quem está a fazer.
Diz lá que não deu vontade de sorrir...?




sábado, julho 29, 2006

Segue dentro de momentos... talvez


"Nunca entrei num tribunal, mas imagino-me como se estivesse a ser julgado e estivesse à espera do veredicto.
Tentei esconder o melhor que pude, tentei que ninguém reparasse, mas quando era interrogado não menti e acabei por confessar. Talvez não o tenha feito da melhor maneira mas confessei o “crime”.
Não acho que seja nenhum “crime”, pode acontecer a qualquer um e não se escolhe este “crime”. É-se escolhido por alguma coisa superior a nós, e que nos faz agir assim.
Quando confessei esperava um veredicto mais rápido, mais espontâneo e de reacção, mas nada disso. Nem um sinal. E fiquei preocupado, não nego, que a confissão não tivesse chegado ao destino, ou que a mensagem não tivesse sido feita de maneira a se perceber o seu conteudo. Estava pronto a confessar o "crime" de novo, mas desta vez já de outra forma, mais directa. Afinal de contas este "julgamento" até era desejado, pelo menos por mim.
O veredicto já eu sei... sou culpado, disso acho que não há muito que duvidar. A pena que me espera é que não sei, ainda, mas até desconfio. "




quarta-feira, julho 26, 2006

Anjos na Terra


Não tenho tido grande vontade de escrever, ultimamente. A inspiração parece que tem andado desviada do meu horizonte, no entanto a minha musa tem povoado a minha mente mais que nunca. Até parece que cada dia tem mais de vinte e quatro horas, pois dá a sensação que penso nela bem mais tempo que isso, por dia.
E, no entanto, não me sai nada de jeito. Os ultimos textos que escrevi, onde tenho quase sempre mencionado alguma coisa a ela, não são nem de perto nem de longe, nada do que eu quero escrever. Não quero escrever odes à desgraça que estará para vir, mas sim textos repletos de alegria, para que ela veja que posso ser engraçado, que este meu sentimento por ela não tem necessáriamente ser uma desgraça para a humanidade. E não o é. É apenas dos sentimentos mais fortes que já senti até hoje... e o que me vai fazendo passar os dias com arrelias, sorrisos e imaginação, tristezas, alegrias e respiração.

Sei que o tempo está a chegar ao fim, e queria antecipar-me a esse fim, para não ficar para trás, definitivamente, apesar de continuar a achar que é mesmo isso que me espera. Nunca na vida uma musa destas iria olhar para mim da mesma maneira que olho para ela. Até porque ela merece vôos bem mais altos do que aqueles a que alguma vez poderei almejar.

A mim resta-me continuar a tentar chegar mais alto, acompanhando-a até onde posso, enquanto ela não sobe até onde eu não a consiga alcançar... de vez. E no fim, só tenho de agradecer todos os momentos que me proporcionou, sabendo que vou viver o resto da vida a pensar como teria sido bom.




Logo eu...

...um aracnofóbico por excelência.



You Are Spider-Man
Quick and agile, you have killer instincts (literally).
And that kind of makes up for the whole creepy spider thing.


Mais uma prova que a minha vida anda toda ao contrário...?




terça-feira, julho 25, 2006

(des)Concertos


Esta noite vi pela primeira vez um concerto dos Dire Straits. Tenho de agradecer àquele que é, de longe, o melhor canal de televisão pública português, a TV2.
Adorei ver este concerto, depois de um longo dia de suspiros e lamentações, entre outras coisas, predominantemente más, a inundarem minha mente. Foi um dia comprido. Soube-me bem isto.
Mas não posso deixar de me lembrar que tive uma oportunidade de ouro de os ver ao vivo quando vieram a Faro.



Nem consigo deixar de pensar em todos os concertos que assisti ao vivo, até hoje. Olhando para trás, sabem sempre a pouco. Falta sempre qualquer coisa.
Tens faltado sempre tu, a meu lado. Para que te abraçe nas musicas lentas, para vibrar e saltar e dançar contigo as musicas mais loucas e mexidas ou simplesmente para cantar juntamente contigo as partes que conheço das musicas que eu sei que tu conheces.

Não estavas lá, nos concertos das minhas bandas... e eu não estava lá, contigo, nos concertos das tuas bandas preferidas...
...ainda não gosto de concertos ao vivo, mas vou tentando, até gostar.
Não me parece que seja tão cedo.




segunda-feira, julho 24, 2006

Está explicado



Está explicado porque hoje em dia se fazem cada vez menos casamentos, e muitas das raparigas não pensam sequer em casar. É por causa do receio de ser um "Padre Amaro" a celebrar a cerimónia.

Criei uma conta no Youtube.com para colocar os videos engraçados/interessantes que me vão enviando por mail. Por enquanto, a maioria tem a ver com coisas raras do futebol, mas outras se seguirão.


Nada como colocar alguma coisa engraçada por aqui. Assim pensam que está tudo bem, e toda a gente fica feliz da vida (ou quase toda a gente...)




domingo, julho 23, 2006

Hoje há filmes


...e nem sou eu que os faço.

Os que eu tinha a fazer já fiz, como de habitual.




sexta-feira, julho 21, 2006

Entregue à ferrugem


Passo a maior parte do tempo a desejar ser outra pessoa.
A querer respirar outros ares, pulsar um outro coração... habitar outros sonhos, que não simplesmente os meus.
Queria habitar os teus sonhos, forçar os teus suspiros e molhar as lágrimas que vertes quando estás sózinha a pensar noutro alguém.
Queria ser o centro do teu mundo, ser a origem do embaraço que te invade o corpo, quando não sabes como falar o que sentes por essa pessoa, ou ser a vontade com que o queres açambarcar do resto do mundo, para o guardares somente para ti.
Queria ser essa pessoa, para te dar tudo o que queres e anseias.

Queria pedir-te o mesmo para mim. Eu sei que é pedir demais.
Não peço isso a ninguém, muito menos a ti, por querer-te tão bem.
Por habitares os meus sonhos constantemente, como fazes.
Por causares tantos suspiros vazios em mim.
Por molhares as lágrimas que verto na solidão do meu mundo, onde não quererás entrar... não da maneira triunfal e arrebatadora como eu queria que viesses - apesar de o teres feito na minha mente.


Porque conquistado já eu estou, apesar de não me reclamares para ti.




quinta-feira, julho 20, 2006

Em queda livre


Sabrás que no te amo y que te amo
puesto que de dos modos es la vida,
la palabra es un ala del silencio
el fuego tiene mitad de frío.

Yo te amo para comenzar a amarte,
para recomenzar el infinito
y para no dejar de amarte nunca:
por eso no te amo todavía.

Te amo y no te amo,
como si tuviera en mis manos las llaves del destino
y un incierto destino desdichado.
Mi amor tiene dos vidas para amarte.
Por eso te amo cuando no te amo y por eso te amo cuando te amo.

(Pablo Neruda)


Não tenho nada de jeito para escrever, por isso mudo a musica. Novamente a melhor banda portuguesa dos ultimos tempos (é discutivel, mas cada um tem os seus gostos).
Musica de Filme, dos Toranja no botão do play, à direita.
E a correspondente letra, claro.

Dentro de mim
Por dentro de mim

É pena quase não poder ficar
És quente quando a luz te traz
Quase te vi amor
Quase nasci sem ti
Quase morri

Dentro de mim
Ficas dentro de mim
Por dentro de mim
Estás dentro de mim

Silêncio.Lua.Casa.Chão
És sitio onde as mãos se dão
Quase larguei a dôr
Quase perdi
Quase morri

Dentro de mim
Estás dentro de mim
Por dentro de mim
Ficas dentro de mim

Sempre só mais um homem
Mais humano
Mais um fraco..
Sempre..
Só mais um braço
Mais um corpo
Mais um grito
Sempre..

Dança em mim!
Mundo, vida e fim!
Dorme aqui
Dentro de mim..

É pena quase não poder ficar
No sítio onde as mãos se dão
Quase fugi amor
Quase não vi
Vamos embora daqui
Para dentro de mim

(Musica de filme, Toranja)

Caindo por ti... traduzido para inglês até soa bem, porque é que em português não soa tão bem? É como a tal coisa do "Amo-te" e do "I love you"...?




terça-feira, julho 18, 2006

To expect the unexpected



Os ultimos dias foram uma roda viva, de um lado para o outro, sempre ocupado (ou fazendo por me ocupar) que pensei que não iria ter nada de especial, nem cabeça, para escrever o que quer que fosse. Mas agora, que parte dos episodios rocambolescos chegaram ao fim, veio-me à mente mais uma ideia parva, como tantas outras.
Quantas vezes realmente conhecemos alguém? Será que há algumas pessoas que se dão a conhecer como realemte são? Eu sei que não o faço sobre mim próprio. Sei que tenho tantas falhas que tento esconde-las o maximo de tempo possivel. Posso até oculta-las mas não me vejo a tentar enganar as pessoas, tentando ser algo que não faz parte de mim. Se alguem me vê fazer algo que não faria habitualmente, não será porque quero enganar ninguem, mas será por querer mudar a minha maneira de ser, por querer evoluir como pessoa.


Tanta coisa aconteceu nestas ultimas horas, no entanto continuo a pensar em ti...

...pode ser que alguem um dia me explique, de maneira que eu consiga entender, porque não se pode ser amigo e amante, confidente e amor ao mesmo tempo.






sexta-feira, julho 14, 2006

Dizem que o mundo está nas nossas mãos


“Férias”... chegaram finalmente as “férias”.
Parecia que não, mas é verdade. Estou oficialmente de “férias”.
Se me tivesse sido dado a escolher, não seriam já, apesar de quase estar desesperadamente a precisar de espaço aberto para ganhar energia.
Se pudesse, só teria férias daqui a duas semanas mas, por força das circunstancias, teve de ser agora.
Não pensei que fosse assim. Estava tranquilo, com o aproximar da hora. No entanto, ao passar para o lado de fora daquela porta (que algumas vezes tinha custado a passar no sentido oposto) não pude deixar de sentir um vazio que me queria cortar por dentro. Ao dizer “até um dia destes” àquelas pessoas não pude deixar de sentir um nó na garganta e admito que cheguei a temer que uma estupida lágrima se lembrasse de se precipitar na minha face.

Daqui a uns tempos logo começo a procurar colocar um termo a estas “férias” forçadas. Agora quero descanso, quero viver e não quero pensar num futuro distante. Vou tentar viver este tempo presente, se calhar como nunca consegui viver outro qualquer tempo presente que já pertence ao passado.


A quem trabalhou comigo (se é que algum lê isto):
Foram quase quatro anos, de inicio em part-time, nos ultimos 17 meses a tempo inteiro. Vi mudar de instalações. Vi nascerem casais. Vi o milagre do nascimento de novas vidas e como essas novas vidas cresceram nos ultimos meses. Vi pessoas chegarem e outras abalarem. Cheguei a viajar para novos destinos e conhecer novas gentes, novas culturas, novos velhos templos.. novas experiencias. E aprendi tanto... tanta coisa que nunca poderia aprender numa escola ou numa universidade.
Fiz amigos. E aprendi.


Deixo um singelo obrigado por tudo o que me foi proporcionado. Obrigado a todos os que me deram aquela oportunidade, e a quem continuou a dar, durante estes quatro anos. E a todos os que me foram aturando.



Novos caminhos hão de se abrir. Não se preocupem, que eu também não estou muito preocupado... por enquanto.




quinta-feira, julho 13, 2006

Ancorado no cais da imaginação


Praticamente não dormi.
Lembrei-me que não te disse bom dia pela manhã,
nem passei a mão pelo teu rosto angelical
que me dá forças para enfrentar o resto do dia.
Não te dei o beijo com que gosto de te acordar,
nem te levei o pequeno-almoço à cama,
com que tu tanto adoras ser mimada.
Saí para o trabalho sem dizer nada,
como se fosse um dia como outro qualquer,
um dia em que não estivesses ali.
Passei a manhã sem te enviar uma mensagem,
e durante o almoço também não te mandei os piropos,
quase obscenos,
que te fazem corar e sorrir para mim.
Durante toda a tarde,
a imagem guardada na minha mente de ti ali deitada,
nua e aninhada na minha cama,
distraiu-me de tudo o resto
e quase me obrigou a telefonar-te.
Mal consegui jantar,
com a vontade louca de querer dizer-te que te amo,
coisa que acabei por não fazer.
Quando me vou deitar,
ao fim da noite, o calor sufocante
que parece invadir todos os recantos do mundo
não consegue quebrar o frio gélido do meu quarto…

…onde tu nunca entraste.




terça-feira, julho 11, 2006

Colar destroços


Estúpida fantasia

Hoje o céu pede para chorar.
Compreende a tristeza que me inunda,
e tenta verter as lágrimas
que prefiro guardar para mim.
Não as partilho com ninguém.
Sou egoísta a esse ponto, eu sei.

Este calor absurdo
serve apenas para tentar disfarçar
a dificuldade que sinto em te respirar.
De qualquer forma não quero,
não tenho vontade.
Parece tão inútil,
supérfluo e inconsequente.
Um verdadeiro desperdício.

A brisa quente - que me queima
- vem dos teus olhos,
braços, ancas e pernas,
desse corpo feito de chamas
consumidas só pelo meu olhar.
Esse fogo endiabrado,
esculpido com os cuidados
que merecem os recém-nascidos,
e alimentado pelos sonhos
onde te encontro mais uma vez.

Continuo a viver esta fantasia
(estúpida, eu sei):
Que teus olhos me vejam
como quem me quer bem,
como quem me procura
no meio da multidão,
como quem alimenta uma paixão
nascida dos pequenos pedaços
que unem as nossas vidas.

Fantasia estúpida, eu sei.
Sonhar-te mata-me lentamente.

............Nelson Gonçalves (11/7/2006)





segunda-feira, julho 10, 2006

Numa máquina do tempo


Por vezes dou comigo a desejar ter uma maquina do tempo. Como seria bom... Não, não digo que seria bom, mas seria interessante, e até certo ponto, um tanto ou quanto um descanso.
Não falo de uma maquina do tempo que dê um salto automático de uma altura para outra, sem que nada se tivesse passado no tempo intermédio, com um corte que seria demasiado radical para se perceber o que quer que fosse.
Falo de uma maquina do tempo especial. Uma que permitisse percorrer o tempo em velocidade acelerada, que desse enfase a todos os episodios marcantes de uma vida, neste caso... a minha.
Uma maquina que permitisse ir acompanhando a minha estadia por cá, e principalmente a das pessoas que me são importantes e que me tocam de alguma maneira no subconsciente.
Assistir as pequenas derrotas das nossas vidas mas, acima de tudo, às enormes vitorias e glórias daqueles com quem tenho tido o prazer de me cruzar e que sei que serão capazes de as alcançar.
Ver como conseguem ganhar asas e atingir metas que estão fora de alcance da maioria dos comuns mortais.
Sim, conheço pessoas que, acredito, conseguirão atingir esses patamares que parecem guardados apenas para alguns pre-destinados.

Sim, acredito que conheço alguns pre-destinados à gloria.
Para saberem que ainda estou cá, neste tempo e nesta realidade, hoje é dia 10 de Julho de 2006. Muitos Parabens, Ana Fonseca e feliz aniversário.




Deu-me para isto


Hoje deu-me para isto... deu-me para a parvoíce. Pronto, por acaso não foi só hoje, é até bastante habitual.
Por isso mudei o som. Esta musica faz-me lembrar os tempos de infância/juventude, quando tentava seguir o campeonato da NBA pela televisão e passava, com bastante frequência, um pequeno spot auto-promocional à NBA com imagens de jogadas fantasticas e esta musica de fundo.
Faz-me lembrar também outras coisas, mas é melhor não pensar nisso. O poder da negação continua a ser uma valente arma.
You are so beautiful, de Joe Cocker... sim, no botão do play à direita. E sim, é verdade:


You are so beautiful to me
You are so beautiful to me
Can't you see
You're everything I hoped for
You're everything I need
You are so beautiful to me

You are so beautiful to me
You are so beautiful to me
Can't you see
You're everything I hoped for
And everything I need
You are so beautiful to me

(You are so beautiful, Joe Cocker)


Nota: se tiverem tempo, cliquem no link por baixo da imagem, onde diz HD, e vejam as belas fotografias que este homem tira...




Um olhar sobre algum eu...



Cada dia que passa sinto-me mais gasto, mais fraco, mais obsoleto… mais ultrapassado. E não tenho o antídoto para resolver esta situação, a solução para dar a volta por cima, porque nunca depende só de mim.

Queria ter a mesma eloquência nas palavras que outros têm. E a ausência da faculdade de prender a atenção e admiração de alguém é a mais incontornável força que me empurra constantemente em direcção ao abismo. Bem depressa se fartam, por ser apenas "mais do mesmo", a mesma lenga-lenga de sempre, uma coisa que não evolui.
Se sou vitima de alguma coisa, sou de mim mesmo, de ter esta percepção das minhas falhas, com as quais não quero viver, mas das quais também não me consigo livrar. E de não conseguir fugir a esta auto-proclamada rotina egocêntrica que me veste, tantas vezes, apenas por falta de alguém a quem entregar a minha atenção – porque simplesmente não a quer ou recusa-se a receber.

Posso passar momentos sem pensar nisso ou sem lhe dar a importância que realmente tem, mas o certo é que mais tarde ou mais cedo evidencia-se. É como o azeite na água, que sempre vem ao de cima. Está lá e tem solução, mas precisa de alguém para o solucionar.

Sinto-me traído e ultrapassado pelas palavras.
As mesmas que em tempos me deram alegrias extemporâneas.
As mesmas que agora me deixam preso e me falham.
As mesmas que agora trazem "glória" a outros…




sexta-feira, julho 07, 2006

O inverso do oposto


Perdidos e desencontrados

Perdi-me de ti
Sem saber para que lado me voltar,
Sem saber onde me esconder,
Ou de que lado voltar a viver.
Perdi-me para ti.

Encontrei-me sem ti.
Não gostei do que vi…
A desgraça inerente a ser
Tudo aquilo que nunca escolhi.
Os barulhos e sons que oiço
São apenas de um coração
Que não sabe para onde vai,
Que não sabe encontrar a razão.
E os passos que se dão em falso
Parecem cair num vazio,
Parecem sair de momentos
De um tempo que nunca existiu.

As imagens que guardo na memória,
Os instantes de tudo o que aconteceu,
Esses farão parte de uma história
Num mundo que será sempre só meu.

................Nelson Gonçalves (7/7/2006)





quinta-feira, julho 06, 2006

Os tempos que correm


Detesto o tempo - a concepção temporal da palavra, não a meteorológica.
Nunca está do nosso lado, mas sempre contra nós.
Cada segundo que passa sabe a desperdício.

Nunca é o “tempo certo”, é sempre altura de esperar por um “tempo” melhor para se fazer ou dizer certas coisas. Nunca é a ocasião melhor. Nunca é o tempo certo.
E cada dia que fica para trás parece um dia perdido em vão.

E esta espera é de dar com uma pessoa em louca. Dar tempo ao tempo, esperar que o tempo passe para que chegue a altura certa. E aí sim, poder-se tentar alguma coisa.
E em cada semana que passa sente-se cada vez mais o peso da vida que se arrasta.

O mais engraçado (ou nem por isso) é fazer-se a espera, aqui neste cantinho, sem chatear ninguém - ou, pelo menos, tentando não chatear ninguém – talvez arrancar um ou outro sorriso furtivo, sem segunda intenção (pelo menos, conscientemente) e de repente reparar que o tal tempo de espera acabou, e que a tal janela de oportunidade pela qual tanto se esperou, passou por nós sem nos ser dada hipótese de reagir.
E em cada mês perde-se uma eternidade.

Reparar que somos “ultrapassados”, sem nunca termos estado na linha de partida para o que quer que fosse… há quem lhe chame acordar para a vida. Eu prefiro chamar mais uma chapada de luva branca.
… e pode (vai) acontecer a qualquer momento, mais tarde ou mais cedo.
E cada ano esvai-se da mesma forma que o anterior, a deambular por ruas e ruelas obscuras e frias, aquecido pela solidão que me envolve como um manto.




segunda-feira, julho 03, 2006

Fotografia minha
e mais um pouco da minha logorreia

Pormenor de uma fotografia que tirei este
fim de semana, na Igreja da Sé, em Faro.



Caminhos

Nem sei por onde começar.
Se te toco as mãos ou se te prendo o olhar.
Se te rasgo a roupa ou só te faço suspirar.

Não sei como vai acabar.
Se te obrigo a fugir ou se te tento beijar.
Se sou eu que fujo ou te mostro o que é amar.

Sinto-me sozinho
E preciso de te encontrar.
Se mostrares o caminho
É lá que te vou buscar.

...............Nelson Gonçalves (3/7/2006)




Contra mares e marés


Imagem retirada de um poster árabe
que se encontra na internet.

Vínhamos de todos os lados e reuníamo-nos todos naquela zona, éramos milhares a perder de vista.
Vários eram os rochedos que povoavam aquele mar, enormes e plantados espaçadamente. Tão íngremes que se tornava impossível de lhes subir para cima, onde se podia avistar a existência de arvores, vegetação… outras espécies animais lá no alto.
E ali ficávamos, dentro daquele mar imenso, a lutar para não sermos engolidos pela fúria de ondas gigantescas, que nos atacavam em vagas que pareciam coordenadas umas com as outras, e também para que não fossemos atirados violentamente contra os rochedos. Era a única coisa que conseguíamos fazer.
Éramos todos cavalos alados… simplesmente não sabíamos voar.

Há com cada sonho mais estranho…






referer referrer referers referrers http_referer